Pode um concerto ditar a política monetária de um país? Por mais improvável que isto seja, isto parece ser uma realidade na Suécia e se o aumento das taxas de juro pode ter uma banda sonora, esta seria definitivamente qualquer uma das músicas da cantora norte-americana Beyoncé.
A tour mundial da cantora norte-americana (que não irá passar por Portugal) apresentou-se para dois concertos na Suécia e, de acordo com alguns jornais económicos internacionais, o frenesim à volta destes espectáculos foi o suficiente para aumentar a inflação no mês passado.
Ao iniciar a “Renaissance World Tour” na Suécia, Beyoncé levou ao aumento dos preços nos hotéis e de casas para alugar. Economistas do Danske Bank, consultados pelo “Financial Times”, acreditam que este aumento de preços levou ao crescimento da inflação e que esta subida levará ainda ao aumento das taxas de juro.
As estatísticas suecas mostram que a inflação se fixou em 8,2%, tendo caído apenas 0,2 pontos percentuais entre abril e maio e subido face ao período homólogo. Esta foi uma quebra muito ligeira em relação às perspectivas dos economistas e do Banco Central da Suécia, o Riksbank, de 8,1%.
As estimativas apontam que os restaurantes e hotéis adicionaram 0,3 pontos percentuais à inflação de maio, enquanto o lazer e cultura acrescentou 0,2 pontos percentuais.
“A Beyoncé é responsável pela surpresa deste mês. É bastante surpreendente para um evento único. Nunca vimos isto antes”, apontou Michael Grahn. “Esperamos que esta surpresa seja invertida em junho, altura em que os preços dos hotéis devem voltar ao normal”, adianta o economista do Danske Bank.
A cantora norte-americana atraiu 46 mil fãs por cada noite de concerto no maior estádio de Estocolmo. A “Renaissance World Tour” deu o pontapé de saída a 10 de maio para uma ’tour’ mundial.
Mais preocupações a caminho
Mas se as perspectivas para junho já melhoram, ainda existem preocupações que assolam as folhas de excel dos economistas suecos.
Bruce ‘The Boss’ Springsteen prepara-se para dar três concertos em Gotemburgo no fim do mês e, depois do efeito Beyoncé, os economistas já mostraram as suas preocupações. O chefe do Swedbank, Andreas Wallström, teme que Bruce Springsteen tenha um efeito semelhante àquele que a norte-americana deixou no país.
No entanto, Beyoncé teve o efeito expectativa, uma vez que se encontrava em pausa há sete anos. Devido à fraqueza da coroa sueca, que levou a bilhetes mais baratos, muitos americanos aprovaram a situação e aproveitaram para ver a ‘Queen B’.
Os bilhetes em Estocolmo estavam a ser vendidos entre as 650 e 1.495 coroas suecas (60 a 140 dólares), enquanto os bilhetes para ver Beyoncé nos Estados Unidos se fixaram entre os 91 e 689 dólares.
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