Com as transformações digitais a criarem novos desafios para o setor da banca, Nuno Amado considera que é necessária uma estabilização e tranquilidade na regulação que permita aos bancos adaptarem-se. No Fórum Banca 2017, organizado pelo Jornal Económico e pela PwC, esta quarta-feira em Lisboa, o CEO do Millennium BCP disse acreditar que essa realidade não seja possível no próximo ano.
Questionado sobre supervisão e regulação num panorama cada vez mais digital, Amado afirmou que “têm duas características em comum: não param (estão em constante mudança) e são inevitáveis”.
“Precisamos de tempo, de absorver o que o existe. Há uma mudança contínua e, na minha opinião, tem de haver uma estabilização”, afirmou. “Se o digital é inevitável e faz todo o sentido esta regulação, precisamos desta tranquilidade e não estou a vê-la em 2018”.
Em janeiro vai entrar em vigor a diretiva europeia de serviços de pagamento conhecida como PSD2, que visa aumentar a transparência nas instituições de pagamento. Para isso, os bancos terão de permitir o acesso dos serviços de pagamento a Third Party Providers (TPPs).
“Estas mudanças aceleradas são um desafio para nós”, explicou o CEO do Millennium BCP. “As regras têm de ser as mesmas, sob pena de estar a criar banking lateral que pode criar riscos que não conhecemos”.
Além de um desafio, Nuno Amado defendeu ainda que as alterações são também uma oportunidade para os bancos de ajustarem e adaptarem modelos de negócio para dar resposta ao mercado, no painel sobre “O Estado da Nação na Banca”, moderado pelo diretor do Jornal Económico, Filipe Alves.
O painel contou também com os CEO do Novo Banco, António Ramalho e da Caixa Geral de Depósitos, Paulo Macedo, bem como o presidente do Conselho de Administração Executivo, Félix Morgado, e o presidente do Conselho de Administração Executivo do Crédito Agrícola, Licínio Pina.
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