Tem aumentado o número de denúncias de consumidores que, sob a promessa de pagamento da sua dívida com um desconto considerável, são levados a fazer pagamentos a entidades que não fazem parte do nosso sistema financeiro.
As vítimas são consumidores que se encontram numa situação financeira delicada e que, embora estejam a cumprir com o pagamento dos seus créditos, sabem que qualquer imprevisto pode levar a um incumprimento, procurando, por isso, soluções de consolidação de créditos para reduzir o valor total das prestações.
Após alguma pesquisas, aparecem em destaque anúncios, muito em jornais de referência nacional, sobre empresas que se intitulam “recuperadoras de crédito”, anunciando que são, inclusivamente, os maiores reparadores de dívida da Europa. Estas empresas prometem acabar com os pagamentos dos créditos através de planos com os credores com descontos muito significativos.
Os contactos são feitos à distância, convidando-se os consumidores a assinarem contratos escrevendo apenas o seu nome, através do computador, num documento que lhes é enviado. Nesse contrato fica definido que os consumidores deixam de pagar aos seus credores e entregam mensalmente uma quantia a esta empresa que, posteriormente, negociará com os credores.
Os consumidores, que confiam assim a gestão da sua dívida, só descobrem que algo não está bem quando contactam diretamente com o credor e este informa que não tem qualquer relacionamento com estas entidades.
A DECO recebeu relatos de consumidores que já receberam injunções, tendo em vista a cobrança do crédito, e que quando contactam com estes recuperadores de dívida, são informados de que se trata de um procedimento normal.
O crescente número de pedido de esclarecimento de consumidores foi coincidente com uma “entrevista”, que não é mais do que publicidade paga, publicada em página inteira de um jornal, em que se anunciam os grandes feitos. Aqui o dinheiro sobrepôs-se ao rigor na divulgação da informação.
A DECO aconselha os consumidores a que, sempre que estejam com dificuldades financeiras e pensem em recorrer a um intermediário de crédito, confirmem a devida autorização pelo Banco de Portugal. Na dúvida contactem a nossa equipa e, quando confrontados com esta situação danosa, denunciem o caso às autoridades policiais.
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