Na semana passada, o Grupo Inditex anunciou que teve um lucro recorde em 2023 e que vai fazer o maior pagamento da sua história em dividendos aos acionistas.

Haverá lugar à distribuição de um dividendo de 1,54 euros por ação referente aos resultados do exercício de 2023. Ou seja, vai ser realizado um pagamento de dividendos aos acionistas no valor de 4,8 mil milhões de euros. O principal acionista, Amancio Ortega, que detém 59,29% do capital da Inditex, receberá 2.845 milhões de euros.

O CEO da Inditex, Óscar García Maceiras, afirmou que “o desempenho tem sido excelente”, e foi essa a forma que encontrou também para agradecer aos mais de 165.000 funcionários. A verdade é que os números apresentados publicamente revelam um fantástico desempenho da toda a equipa de gestão.

As razões deste brilharete e que permitem este pagamento histórico de dividendos são simples: em 2023 o resultado líquido cresceu 30,3% (5.381 milhões de euros de lucro líquido); as vendas líquidas atingiram os 35.947 milhões de euros; e a faturação cresceu 14,1%.

O resultado operacional bruto (EBITDA) foi de 9.850 milhões, 13,9% a mais, enquanto o lucro operacional (EBIT) cresceu 23,4%, para 6.809 milhões. Em ambos os casos, os números estão em máximos históricos e acima das melhores previsões do mercado.

Desde a sua fundação na Corunha, em 1985, que houve uma aposta certeira que o Grupo Inditex fez nas suas marcas, e que são várias, representando cada uma delas uma receita de mais de 2.000 milhões de euros. É verdadeiramente impressionante!

A Zara continua a ser a grande força motriz do grupo, representando 72,5% do negócio, depois de faturar 26.050 milhões de euros, mais 10% do que em 2022. Seguem-se a Bershka (2.621 milhões), a Pull&Bear (2.359M) e a Stradivarius (2.334M). As marcas Oysho e Massimo Dutti foram as que mais cresceram em 2023, 19% e 15%.

Um outro dado muito interessante é que as vendas online cresceram grandemente e atingiram os 9.064 milhões de euros. O número de visitas às suas plataformas online aumentou 10% e o número de utilizadores que utilizam as suas aplicações ascende agora a 152 milhões.

O ano de 2024 arrancou bem para a Inditex. As suas vendas – nas mais de 7.200 lojas espalhadas pelo mundo – cresceram 11% nas primeiras seis semanas do exercício financeiro de 2024 (de 1 de fevereiro a 11 de março). O valor representa um ligeiro abrandamento, embora continue a assinalar uma boa taxa de crescimento num contexto geral de desaceleração do sector têxtil a nível global.