Foi recentemente publicado pelo Boston Consulting Group um interessante trabalho) sobre as mudanças que, a fazer fé naquele trabalho, irão a curto prazo tornar irreconhecível a forma como hoje trabalhamos.

Em síntese, refere-se que há um conjunto de tendências, da produtividade induzida pela revolução tecnológica e digital, à mudança nas formas como as empresas geram valor, da mudança na distribuição de recursos, à mudança na cultura e nos valores dos colaboradores, tendências estas que irão alterar significativamente o funcionamento das empresas.

Sabemos que é sempre difícil antecipar o futuro. Pior é negá-lo. Assim, e para o que agora nos interessa, será que as empresas familiares, e por o serem, podem socorrer-se das características que lhe são típicas para encararem estes desafios e vencê-los?

Achamos que sim. Mas achamos também que vão estar em causa exercícios mais exigentes de liderança empresarial: mais informados, mais disponíveis para a mudança, mais permeáveis aos stakeholders.

Ora, as Empresas Familiares têm, na sua matriz, competências para responder a este tipo de exigências.

Numa realidade em processo de mudança, a rapidez na tomada de decisão e a informalidade no processo da sua formação são um activo das Empresas Familiares que podem fazer a diferença.

A necessidade de formar e ter equipas dinâmicas, a par da crescente necessidade que se irá sentir de entender as necessidades dos clientes, é outro activo muito relevante e que sempre caracterizou as Empresas Familiares.

A necessidade de atrair e fidelizar talentos, a par da necessidade de presença constante e acompanhamento de todos os stakeholders, são capacidades que tradicionalmente as Empresas Familiares desenvolvem de forma bastante intensa.

Estabelecer uma relação de confiança com os colaboradores, desenvolver a capacidade da sua retenção, a possibilidade de costumizar as formas de remuneração às necessidades individuais, são exigências do futuro que as Empresas Familiares sempre satisfizeram.

Há um mundo empresarial em mudança que é preciso conhecer e, se possível, antecipar. As Empresas Familiares parecem ter a plasticidade suficiente para olhar para esse futuro com optimismo, mas também com abertura às mudanças de paradigma empresarial e de prestação de trabalho que se avizinham.