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“O grande educador da classe operária”: morreu Arnaldo Matos do MRPP

Morreu um dos fundadores do Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses – Movimento Reorganizativo do Partido do Proletariado (PCTP-MRPP). Arnaldo Matos tinha 79 anos e morreu esta sexta-feira, 22 de fevereiro, avança o Jornal da Madeira, região onde o advogado tinha nascido. O advogado foi um dos fundadores e dirigentes do PCTP-MRPP, durante os anos 70, e, […]
22 Fevereiro 2019, 11h19

Morreu um dos fundadores do Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses – Movimento Reorganizativo do Partido do Proletariado (PCTP-MRPP). Arnaldo Matos tinha 79 anos e morreu esta sexta-feira, 22 de fevereiro, avança o Jornal da Madeira, região onde o advogado tinha nascido.

O advogado foi um dos fundadores e dirigentes do PCTP-MRPP, durante os anos 70, e, apesar de já não exercer qualquer cargo, continuava a ser uma das figuras centrais do partido. Desde setembro de 2017, era presença assídua no Twitter e protagonista de várias controvérsias na rede social: nada escapava da mira do ativista, que usava os 140 caracteres disponíveis pela plataforma para criticar duramente a sociedade portuguesa.

Foi um dos rostos da resistência estudantil contra o Estado Novo e manteve o carisma após o 25 de Abril. A escritora Natália Correia chamava-o de “feiticeiro” pela sua “capacidade rara de seduzir” a classe operária. Ao longo dos anos, deu voz a declarações polémicas e criticadas mas sempre se manteve fiel às suas convicções.

As bocas racistas e os insultos a políticos eram recorrentes e faziam parte do cardápio de Arnaldo Matos. Chamou ‘monhé’ a António Costa e ‘palhaço’ a Centeno. Batizou a Autoridade Nacional de Proteção Civil de ‘Desprotecção Civil’, aquando do incêndio de Pedrogão Grande, e criticou veementemente a performance da GNR durante o fogo de Monchique.

 

Denunciou, via Twitter, que as autoridades avisaram o padeiro da aldeia para “não fabricar pão para o dia seguinte” várias horas antes de começarem a evacuar a população, apontando o dedo à ‘preguiça’ da GNR algarvia e acusando-a da “destruição de centenas de casas” e da “morte de milhares de animais”.

Em 2017, o ‘camarada’ foi o convidado especial da emissão de passagem de ano do programa ‘Governo Sombra’, emitido pela TVI24, juntando-se os comentadores fixos Ricardo Araújo Pereira, José Miguel Tavares e Pedro Mexia e ao moderador Carlos Vaz Marques. O formato televisivo acabou por arrancar um raro elogio do feroz ‘opinador’ .

Ainda não há informação sobre as cerimónias fúnebres mas o porta-voz do PCTP-MRPP garante que anunciará brevemente.

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