O mais recente mistério da Casa Branca tem que ver com um par de meias que tem aparecido na sala de imprensa. Ninguém sabe de quem são, quem para lá as levou, ou o que andam por lá a fazer. E não têm nada que ver com o simpático Socks, o gato dos Clinton, que muitas vezes foi lá fotografado, mas que – pobre bicho – se terá finado em 2009.
Tudo começou no dia 17 de maio, quando Saagar Enjeti, o correspondente do Daily Caller na Casa Branca deu com um saco de plástico transparente contendo um misterioso par de meias usado e de “unknown degree of dampness”, que é como quem diz, não propriamente limpas. Intrigado com a situação, tweetou nesse dia uma imagem das meias. Passado o episódio, qual não foi a sua surpresa quando, de volta à Casa Branca cinco dias depois, encontrou o mesmo saco, ou seja, as mesmas meias, embora noutro local da mesma sala – coisa que ele tweetou de novo. Finalmente, no dia 24, isto é, uma semana depois da primeira vez, Enjeti voltou a ver as meias, desta vez com uma aparência “crusty” em vez de “wet”. Está, portanto, instalado o mistério.
No Twitter os seguidores são mais que muitos. Desde quem pergunta porque ainda não foram postas no lixo até quem confesse que não consegue esperar para saber o que vai acontecer a seguir. Há quem considere esta história a “melhor narrativa dos últimos tempos” e quem exija que se vá ao “fundo da coisa”, porque o povo americano tem o direito a saber (o quê exatamente, não sei). Mas não há dúvida que estamos perante um novo facto de grande importância nas redes sociais, estranhamente um sobre o qual o POTUS ele próprio não se pronunciou (ainda!).
Os Serviços Secretos não parecem interessados em esclarecer este caso, talvez por considerar que não constitui uma real ameaça. Mas é um erro – não se deve descurar o potencial destrutivo de umas meias sujas sem pelo menos abrir o saco primeiro. O Vice especula que, sendo na sala de imprensa, terá sido um repórter a introduzir o “corpo”, e avança duas possibilidades: ou uma repórter que rapidamente teve que tirar os sapatos de ténis para seguir as instruções de Trump que quer que “mulheres se vistam como mulheres”, e portanto calçou uns sapatos de salto alto (em abono desta tese diga-se que dia 17 choveu, o que explica o ar “molhado” das meias); ou é uma vingança “retorcida” do repórter Jim Acosta, notório pelas suas trocas de argumentos acaloradas com os assessores de Trump. Outro suspeito de peso é Omarosa Manigault, a assessora de Trump (a tal dos “shithole countries”), conhecida por deixar os sapatos por todo o lado na Casa Branca.
A conclusão a tirar disto é que os EUA são, de facto, um país extraordinário, onde está sempre algo a acontecer. Nós, por cá, nem esta história das meias tivemos para podermos dizer que aconteceu algo no congresso do PS.