O CEiiA – Centro de Engenharia e Desenvolvimento destaca-se por ser uma das melhores referências portuguesas no sector da inovação e do desenvolvimento tecnológico.
Em 1999, começou por ser uma empresa que prestava serviços de engenharia na área automóvel e aeronáutica, e hoje, para além destes serviços, ainda desenvolve produtos próprios nas áreas da aeronáutica, automóvel, mobilidade, oceano e espaço.
A partir de Matosinhos, e com forte reconhecimento global, o CEiiA trabalha para o nosso futuro agregando o Estado, as empresas, as universidades nacionais e estrangeiras, assim como tem parcerias com vários centros de inovação.
Os bons exemplos são vários, mas destaco, por exemplo, os observatórios submarinos autónomos que foram desenvolvidos para a Marinha Portuguesa. Estes observatórios que têm como objetivo estudar o território marítimo nacional, gozam de uma autonomia de cerca de seis meses debaixo de água e conseguem chegar aos quatrocentos metros de profundidade. Um projeto de sucesso “Made in Portugal” que juntou as valências de várias entidades públicas e privadas.
Há uns anos conheci o promotor do CEiiA, José Rui Felizardo, com quem estive apenas uma única vez, mas que recordo desse contacto o enorme orgulho que ele tinha nos projetos já desenvolvidos, e, mais ainda, nas várias iniciativas que estava a projetar e a executar.
Esta semana foi com surpresa, e com muita curiosidade, que li a notícia de que vamos ter o primeiro avião desenhado e construído em Portugal. Para além da competência exigida para um projeto desta complexidade, é preciso muita coragem para avançar com uma iniciativa desta natureza, num sector que tem inúmera concorrência.
A aeronave que irá para o ar algures em 2027 terá um custo estimado inferior a 7,5 milhões de euros por unidade, o que permitirá ser competitivo em diferentes mercados.
Não será um avião de grande dimensão, mas a sua versatilidade permitirá um uso civil ou militar. Está assegurada uma capacidade de transporte até 19 passageiros ou algum outro tipo de carga que pode ir até às 2,5 toneladas. Todavia, tem a enorme vantagem de precisar apenas de 886 metros de pista para descolar e 826 para aterrar em pistas de terra batida ou areia.
O Aeródromo de Ponte de Sor será o epicentro do desenvolvimento deste projeto que prevê a criação de 120 postos de trabalho e a produção de cerca de 30 aviões por ano, privilegiando o fornecimento de componentes produzidos em Portugal, beneficiando assim a nossa economia e o cluster aeronáutico nacional.
O País já tem alguns “CEiiAs”, mas devia apostar em ter muitos mais.