Nos últimos anos, o mundo tem assistido ao ressurgimento de uma política nacionalista e isolacionista, muitas vezes personificada pela figura de Donald Trump e o seu movimento “Make America Great Again” (MAGA). Esta abordagem, centrada exclusivamente nos interesses domésticos e na rejeição de compromissos multilaterais, representa um desafio não apenas para a cooperação global, mas também para a estabilidade geopolítica e o enfrentamento conjunto de crises globais.

O MAGA, enquanto manifesto político, defende a retirada dos Estados Unidos de entidades e tratados internacionais que têm sido fundamentais para a coordenação global em questões como o clima, o comércio e a segurança. Entre os exemplos mais emblemáticos estão a saída do Acordo de Paris, que compromete as nações a combaterem as mudanças climáticas, e o afastamento de organizações como a Organização Mundial da Saúde.

Este desligamento com o mundo reflete uma visão estreita e retrógrada que prioriza interesses de curto prazo em detrimento de desafios globais e que exigem soluções colaborativas.

Este novo nacionalismo, que não se limita aos Estados Unidos, encontra eco em diversos países, promove uma retórica que despreza alianças tradicionais, como a parceria transatlântica com a Europa, e marginaliza regiões como a América Latina e África. Sob a bandeira de “America First”, Trump e os seus apoiantes reforçam uma política de imigração rígida, muitas vezes desumana, e ignoram as consequências globais de problemas como a pobreza, os conflitos armados e as mudanças climáticas.

Ao retirar-se de compromissos internacionais, os Estados Unidos enfraquecem o sistema de governança global, abrindo espaço para outras potências, como a China, redefinirem as regras de jogo.

Problemas como o aquecimento global, o terrorismo e as migrações forçadas não respeitam fronteiras nacionais e exigem cooperação multilateral. Ignorar esta realidade significa aumentar os custos humanos e económicos dessas crises, tanto para os países ricos quanto para os pobres.

Para resistir a esta tendência, é fundamental que os cidadãos e os líderes globais reafirmem o valor da cooperação internacional e reconheçam que os interesses nacionais estão ligados ao bem-estar global. Num mundo interconectado, virar-se para dentro não é uma solução; é um caminho para o declínio coletivo.