As últimas duas semanas foram marcadas por notícias sobre a eficácia de vacinas que estão em fases avançadas dos estudos. Depois do anúncio da eficácia de 90% da Pfizer, veio a Sputnik V seguida da Moderna. No entanto, outras vacinas estão a ser estudadas e embora ainda não tenham sido revelados estatísticas em relação ao grau de eficácia as perspetivas são positivas.
Pfizer/BioNTech
Dos 90% de eficácia revelados na semana passada, agora a farmacêutica indica que o número aumentou para 95%. A 9 de novembro, depois do anúncio, o presidente-executivo da Pfizer, Albert Bourla, referia que era “um grande dia para a ciência e a humanidade”, segundo a “Reuters”.
Esta quarta-feira, a Pfizer anunciou que os últimos ensaios clínicos para a vacina contra a Covid-19 revelam que a eficácia da vacina afinal é de 95%. A Pfizer explicou que 170 voluntários do seu ensaio, que envolve mais de 43.000 pessoas, contraíram COVID-19, mas 162 receberam apenas um placebo, o que significa que a vacina é 95% eficaz.
De acordo com a “Reuters”, um dos desafios para a distribuição da vacina da Pfizer é complicada pela necessidade de armazená-la em temperaturas ultracongeladas de menos 70 graus Celsius. Pode, entretanto, ser conservado num congelador normal por até cinco dias, ou por até 15 dias numa caixa térmica. De forma a contornar este desafio, a Pfizer lançou na terça-feira, 17 de novembro um programa piloto de distribuição da sua vacina experimental contra a Covid-19 em quatro estados americanos, Rhode Island, Texas, Novo México e Tennessee.
A Pfizer garante que a eficácia da vacina é consistente em diferentes idades e grupos étnicos, um sinal de que a imunidade pode ser amplamente utilizada em todo o mundo. A eficácia em adultos com mais de 65 anos foi superior a 94%.
Sputnik V
Os estudos russos prometem manter-se durante mais seis meses, referiu o Fundo Russo de Investimento Direto, mas a 11 de novembro a Rússia avançava com a informação que a sua vacina era 92% eficaz. Embora os especialistas afirmem que os dados russos são encorajadores, alertaram que as conclusões foram obtidas apenas em um pequeno número de voluntários do ensaio, 16 mil participantes, que contraíram COVID-19, segundo a “Reuters”.
Alexander Gintsburg, diretor do Instituto Gamaleya que desenvolveu a vacina, destacou que os resultados preliminares demonstraram que a Sputnik V “foi eficaz e que as vacinações em massa na Rússia aconteceriam nas próximas semanas”.
A 12 de novembro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) revelou que estava em negociações com o instituto russo que desenvolveu a vacina candidata Sputnik V contra COVID-19 de forma a avaliar o pedido para o uso de emergência da vacina. Dias depois, a 17 de novembro, foi dada autorização à Índia e China para a produção da vacina russa Sputnik V contra COVID-19, afirmou a agência de notícias RIA citando o presidente Vladimir Putin.
Moderna
A 16 de novembro foi a vez da biotecnológica Moderna indicar que a taxa de eficácia da vacina que estão a desenvolver era de 95%. Para os testes, estiveram envolvidos cerca de 30 mil voluntários dos Estados Unidos. Metade dos voluntários receberam, com quatro semanas de diferença, as duas doses da vacina e os restantes foram vacinados com um placebo.
Na página da vacina, é destacado que “a vacina testada neste estudo é chamada mRNA-1273” e que é constituída por “ácido ribonucleico mensageiro, um código genético que diz às células como produzir proteínas, que ajudam o sistema imunológico do corpo a produzir anticorpos para combater o vírus”.
Sinovac Biotech
A vacina desenvolvida pela Sinovac Biotech, a Coronavac demonstrou sucesso nos testes intermédios, segundo os cientistas envolvidos no seu desenvolvimento citados pela “BBC” esta quarta-feira, 18 de novembro. A empresa, que ainda não revelou dados sobre a terceira fase do estudo, garantiu que vacina a ser desenvolvida teve uma resposta imunológica rápida nos testes realizados a 744 pessoas.
Os testes da vacina da Sinovac Biotech no Brasil foram brevemente interrompidos na semana passada, mas retomados depois de se confirmar que a morte de um voluntário não tinha nenhuma ligação à vacina.
Curevac
Não tão avançada como as restantes, ainda assim, a 2 de novembro foi avançado pela “Reuters” que a vacina experimental COVID-19 do CureVac desencadeou uma resposta imunológica em humanos, depois da primeira fase de testes. A empresa de biotecnologia, enalteceu que a “sua vacina potencial, conhecida como CVnCoV, foi geralmente bem tolerada e os resultados do teste apoiam os planos da empresa de lançar a fase final de testes que envolve cerca de 30.000 participantes antes do final do ano”.
“Estamos atualmente a desenvolver uma vacina contra o coronavírus com base na tecnologia de mRNA que é especialmente adequada para fornecer uma resposta rápida a esta situação de surto viral”, aponta a empresa no site da vacina. “O desenvolvimento de vacinas é a maneira mais econômica de salvar vidas e neutralizar a grave ameaça representada por um vírus mortal”, garantem.
Tagus Park – Edifício Tecnologia 4.1
Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, nº 71 a 74
2740-122 – Porto Salvo, Portugal
online@medianove.com