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O ‘triplo P’ toma conta da Fed

Reserva Federal norte-americana adoptou um discurso mais ‘dovish’ sobre a política monetária.
1 Fevereiro 2019, 08h30

A reunião da Fed desta semana terá sido o mais relevante evento da semana, ficando mais claro o seu posicionamento dovish sobre a evolução das taxas de juros, aliviando o espetro de mais duas a três subidas face à instabilidade do mercado financeiro e de maiores evidências de um abrandamento do ritmo de crescimento económico global. Passou então a vigorar o triplo “P”: “pausa” e “paciência” quanto a futuros incrementos das taxas de juros e “prudência” quanto ao processo de normalização do seu balanço. Porém, será interessante acompanhar os dados do mercado de trabalho, sobretudo, no que se refere aos ganhos salariais por hora. Num cenário de quase pleno emprego podem despoletar sinais de inflação, cenário que se encontra afastado pela maioria dos investidores.

A suspensão de quase um mês, do aparelho da administração pública dos EUA foi adiada por três semanas, mas poderá ter gerado uma fatura estimada superior ao orçamento do “mudo” para a fronteira com o México e permitiu descomprimir a pressão que existia sobre os diversos fornecedores que suportam o aparelho federal.

As conversações com a China parecem manter um impasse, dada a incerteza de nos aproximarmos do final de três meses, que terminam a 1 de março, sem uma clara evidência. Entretanto, aquela economia asiática utiliza as muitas ferramentas para estabilizar a sua economia, mercado financeiro, setor bancário e de crédito, mas o resultado de tamanha incerteza está cristalizada na economia que “apenas” cresce a 6,4%, o valor mais baixo de 27 anos.

Itália deu mais um sinal negativo à economia e provocou uma relevante correção no setor bancário europeu ao anunciar o segundo trimestre consecutivo de contração, que os decisores de politica económica atribuem às restrições e evolução do comércio internacional. Provavelmente, o “colossal” montante de dívida e impossibilidade de utilizar instrumentos para revitalizar o crescimento económico pode contribuir para compreender que possuem limitados graus de liberdade. Neste cenário, a Alemanha reafirma as dificuldades em conseguir manter e superar o crescimento económico de 1.5% para este ano.

As mais emblemáticas empresas dos EUA mostram toda a grandiosidade e fulgor com crescimentos de resultados. As tecnológicas, bem como as empresas com mais gearing (endividamento), beneficiaram da suspensão dos aumentos das taxas de juro, enquanto as tradicionais empresas de valor e com elevada capacidade de libertar meio financeiros (ou free-cash-flow), voltaram a não estar tão apelativas. Em média as acções valorizaram no primeiro mês com ou sem “efeito janeiro” entre uns interessantes +5.0% e +18% (este último para o Brasil com o irmão PSI20 a subir 8.40%).

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