Portugal deverá manter a taxa de crescimento de 1,9% verificada em 2024 este ano e em 2026, segundo as últimas perspetivas da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) hoje divulgadas.
A organização afirma que “a restritividade do mercado de trabalho, os aumentos do salário mínimo e a descida dos níveis históricos de poupança farão aumentar o consumo privado”.
“Uma execução mais célere do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) impulsionará o consumo e o investimento público”, adianta.
Referindo-se às exportações, a OCDE prevê que o crescimento das mesmas continue a desacelerar devido ao abrandamento da procura global, ao aumento das barreiras comerciais e à taxa aduaneira de 10% imposta pelos EUA às importações de produtos portugueses, nomeadamente aço e automóveis.
“As empresas exportadoras portuguesas são confrontadas com uma tarifa base de 10% imposta pelos Estados Unidos e com direitos aduaneiros específicos aplicáveis ao aço, ao alumínio e à indústria automóvel”, afirma a organização, precisando que “embora as exportações diretas de bens e serviços para os Estados Unidos representem apenas 2,8% do PIB, Portugal enfrenta também uma menor procura externa por parte dos seus principais parceiros comerciais europeus”.
Em relação à taxa de inflação em Portugal, que foi de 2,7% em 2024, a OCDE prevê uma descida para 2,1% este ano e em 2026.
“Com a subida dos preços das importações e a manutenção da elevada procura de mão-de-obra, a inflação abrandará apenas ligeiramente para 2,1% em 2026”, precisa.
A organização afirma que a política orçamental irá manter a orientação expansionista e que a execução do PRR e a redução dos impostos sobre as famílias e as empresas farão aumentar a procura interna, enquanto os excedentes orçamentais persistentes potenciarão uma descida da dívida pública para 89,8% do PIB em 2026 (definição de Maastricht).
A OCDE defende que o investimento e a produtividade em Portugal seriam estimulados pela “redução das barreiras à entrada no setor dos serviços, nomeadamente do comércio retalhista, uma maior simplificação da regulamentação, a melhoria dos serviços de aconselhamento aos estudantes e trabalhadores, e da oferta de serviços de cuidados para a infância”
“A médio prazo, a realização sistemática de análises da despesa pública permitiria fazer face às pressões crescentes sobre a despesa decorrentes do envelhecimento da população e das grandes necessidades de investimento”, conclui.
Para o conjunto da zona euro, a OCDE prevê um crescimento de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano.
Tagus Park – Edifício Tecnologia 4.1
Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, nº 71 a 74
2740-122 – Porto Salvo, Portugal
online@medianove.com