[weglot_switcher]

OCDE prevê que Portugal mantenha taxa de crescimento económico de 1,9% em 2025 e 2026

A OCDE afirma que “a restritividade do mercado de trabalho, os aumentos do salário mínimo e a descida dos níveis históricos de poupança farão aumentar o consumo privado. Uma execução mais célere do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) impulsionará o consumo e o investimento público”.
3 Junho 2025, 13h19

Portugal deverá manter a taxa de crescimento de 1,9% verificada em 2024 este ano e em 2026, segundo as últimas perspetivas da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) hoje divulgadas.

A organização afirma que “a restritividade do mercado de trabalho, os aumentos do salário mínimo e a descida dos níveis históricos de poupança farão aumentar o consumo privado”.

“Uma execução mais célere do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) impulsionará o consumo e o investimento público”, adianta.

Referindo-se às exportações, a OCDE prevê que o crescimento das mesmas continue a desacelerar devido ao abrandamento da procura global, ao aumento das barreiras comerciais e à taxa aduaneira de 10% imposta pelos EUA às importações de produtos portugueses, nomeadamente aço e automóveis.

“As empresas exportadoras portuguesas são confrontadas com uma tarifa base de 10% imposta pelos Estados Unidos e com direitos aduaneiros específicos aplicáveis ao aço, ao alumínio e à indústria automóvel”, afirma a organização, precisando que “embora as exportações diretas de bens e serviços para os Estados Unidos representem apenas 2,8% do PIB, Portugal enfrenta também uma menor procura externa por parte dos seus principais parceiros comerciais europeus”.

Em relação à taxa de inflação em Portugal, que foi de 2,7% em 2024, a OCDE prevê uma descida para 2,1% este ano e em 2026.

“Com a subida dos preços das importações e a manutenção da elevada procura de mão-de-obra, a inflação abrandará apenas ligeiramente para 2,1% em 2026”, precisa.

A organização afirma que a política orçamental irá manter a orientação expansionista e que a execução do PRR e a redução dos impostos sobre as famílias e as empresas farão aumentar a procura interna, enquanto os excedentes orçamentais persistentes potenciarão uma descida da dívida pública para 89,8% do PIB em 2026 (definição de Maastricht).

A OCDE defende que o investimento e a produtividade em Portugal seriam estimulados pela “redução das barreiras à entrada no setor dos serviços, nomeadamente do comércio retalhista, uma maior simplificação da regulamentação, a melhoria dos serviços de aconselhamento aos estudantes e trabalhadores, e da oferta de serviços de cuidados para a infância”

“A médio prazo, a realização sistemática de análises da despesa pública permitiria fazer face às pressões crescentes sobre a despesa decorrentes do envelhecimento da população e das grandes necessidades de investimento”, conclui.

Para o conjunto da zona euro, a OCDE prevê um crescimento de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.