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OE2022: Leão não cede na meta do défice nas negociações com Bloco e PCP (com áudio)

Ministro das Finanças confiante de que “há condições para entendimento” com a esquerda, afasta qualquer possibilidade de um bloco central.
  • Cristina Bernardo
15 Outubro 2021, 12h18

O ministro das Finanças, João Leão, mostra-se confiante na margem para um entendimento com a esquerda para aprovação da proposta do Orçamento do Estado para 2022 (OE2022), mas fala em reafetação dentro do cenário previsto, não deixando cair a meta do défice de 3,2% do Produto Interno Bruto (PIB) previsto para o próximo ano. Alerta que a não aprovação do Orçamento tem impactos na credibilidade internacional do país, mas afasta qualquer solução via PSD.

“Há condições para haver esse entendimento”, disse esta sexta-feira durante um debate e entrevista organizada pelo ISEG e pelo jornal online “Eco”, quando questionado sobre as negociações com o PCP e o Bloco de Esquerda.

Salientando que “quando apresentamos uma proposta temos que ter disponibilidade para ouvir”, João Leão explicou que o calendário das negociações deste ano, penalizado pelas autárquicas, achou por afetar o processo. Admitindo existir “margem” para as negociações, sinaliza, todavia, que “as negociações não têm que ser necessariamente por questões financeiras”.

“O Orçamento é um exercício de escolhas e as escolhas podem passar por reafetar” dentro do cenário previsto, disse, quando questionado sobre a margem para se afastar da meta do défice projetada. Neste sentido, recordou que “o cenário macroeconómico tem sido relativamente estável” nos últimos anos entre a fase de apresentação da proposta do Orçamento e a aprovação final.

Certo é que o Governo não conta com o PSD para viabilizar o Orçamento. “Não consideramos que seja adequado uma alternativa do Bloco Central”, afirmou.

Leão admite que num cenário de governação em duodécimos representaria “dificuldade em colocar no terreno os instrumentos previstos” e “cria dificuldades na execução do Plano de Recuperação e Resiliência, levando também a um impacto negativo no “ritmo de crescimento da economia, argumentou que a aprovação é “importante para a capacidade de executar políticas que nos propomos” e “do ponto de vista da credibilidade internacional”.

“O Orçamento é um exercício de escolhas”, reafirmou, destacando que o Estado está a fazer um “esforço muito significativo” para a “valorização salarial dos funcionários públicos”, que diz, “tem que ser feita de forma equilibrada”.

Desvalorizando as greves convocadas pelos vários setores nos últimos dias, Leão considerou ser “natural que nesta fase, os diferentes setores, reivindiquem pelos seus interesses”.

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