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OE2025: PS apresenta propostas na reunião de sexta-feira e espera que sejam aceites

“Só não haverá orçamento se o Governo não quiser, se o Governo não perceber que não tendo maioria absoluta tem de ceder ao PS. A questão não tem a ver connosco ou com o nosso programa, mais do que isso. Tem a ver com conseguirmos que algumas medidas que são negativas não constem do orçamento e que algumas propostas sejam introduzidas no orçamento”, defendeu.
Pedro Nuno Santos
José Sena Goulão/Lusa
24 Setembro 2024, 15h59

O secretário-geral do PS afirmou hoje que esperar que o Governo aceite as propostas que vai apresentar na reunião com o primeiro-ministro, na sexta-feira, sobre o Orçamento do Estado para 2025.

“Só não haverá orçamento se o Governo não quiser, se o Governo não perceber que não tendo maioria absoluta tem de ceder ao PS. A questão não tem a ver connosco ou com o nosso programa, mais do que isso. Tem a ver com conseguirmos que algumas medidas que são negativas não constem do orçamento e que algumas propostas sejam introduzidas no orçamento”, defendeu.

Isto, porque, justificou, o compromisso do PS é com os portugueses e com aquilo que considera “que é melhor para Portugal” e, nesse sentido, disse que não se põe “de fora das negociações ou do diálogo com o Governo”, mas também “não vota de olhos fechados”.

Pedro Nuno Santos disse que na sexta-feira o PS vai apresentar as propostas do partido, na esperança de que o Governo as aceite, “não só porque isso vai melhorar as respostas aos portugueses, mas porque pode garantir a viabilização do Orçamento de Estado”.

“O que não podem é estar à espera que o PS abdique de defender aquilo que acha bom para o povo português, isso não vai acontecer nunca. O PS tem um compromisso com os portugueses e nós levamos muito a sério esse nosso compromisso”, reforçou.

Isto, porque há medidas que foram apresentadas pelo Governo que “são muito caras e injustas” e, por isso, entendeu que “em vez de se prescindir de milhares de milhões de euros” dessas medidas, esse dinheiro deve ser investido na melhoria das condições de vida” dos portugueses.

“Seja na área da saúde, da educação, nas pensões dos nossos reformados, seja na habitação”, destacou.

Pedro Nuno Santos disse ainda esperar que o clima entre os dois maiores partidos mude até sexta-feira, já que, considerou, que “os comunicados emitidos pelo Governo que foram uma provocação infantil ao PS”.

“As declarações depois, no dia seguinte, no conselho nacional [do PSD] não são de quem quer aprovar ou viabilizar um OE. Não são. Em vez de estarmos a olhar para o PS como o elemento que não quer viabilizar o OE, temos mesmo é de olhar para o Governo que é quem tem, desde logo, a primeira responsabilidade de procurar condições para viabilizar o seu Governo e o OE que vai apresentar”, reforçou.

Pedro Nuno Santos falava aos jornalistas, à saída de uma reunião em Mangualde com autarcas socialistas do distrito de Viseu afetados pelos incêndios, em que o secretário-geral do PS disse que respeita as intervenções de Marcelo Rebelo de Sousa, como espera que o Chefe de Estado respeite a intervenção dos diferentes partidos.

Sobre os apelos do Presidente da República à viabilização do OE2025, Pedro Nuno Santos defendeu que “não pode estar a falar só para o PS” mas sim “com certeza também a falar para o Governo, que tem obrigação de procurar condições de viabilizar o seu orçamento”.

“E aquilo que nós vemos muitas vezes, e temos visto nos últimos dias, é muito pouca vontade do Governo em criar um bom ambiente negocial e isso sim é preocupante, porque nós não podemos dizer que o PS não quer viabilizar o orçamento. Não, o que nós temos é, muito provavelmente, um Governo que vai criando um ambiente para que isso não aconteça e isso é muito negativo”.

O líder do maior partido da oposição disse que tem assistido a um primeiro-ministro que, “em vez de revelar sentido de Estado e vontade de criar um bom ambiente para viabilizar o orçamento”, tem visto “o contrário”.

“Não podemos depois concluir que as razões do chumbo do OE é do PS. O PS não tem interesse nenhum em que o OE seja inviabilizado. Agora, temos é de conseguir que o OE seja melhor do que aquilo que o Governo quer fazer”, defendeu.

Pedro Nuno Santos assumiu que “a única pressão” que diz sentir e “levar a sério” é a do “compromisso que tem com os portugueses e o de melhorar a vida dos portugueses”.

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