[weglot_switcher]

OE2026: PCP critica apresentação de “peçazinhas” do documento e recusa cair em “casca de banana”

Em declarações aos jornalistas após uma visita ao Centro Interpretativo do Tapete de Arraiolos, em Arraiolos, distrito de Évora, Paulo Raimundo defendeu que “não dá para discutir o Orçamento do Estado” às “pecinhas”, um dia depois de o primeiro-ministro ter confirmado que a proposta orçamental do executivo irá incluir uma nova redução do IRS.
O secretario-geral do Partido Comunista Português (PCP), Paulo Raimundo, presta declarações a propósito do Orçamento do Estado para 2025 na sede do partido em Lisboa, 02 de outubro de 2024. FILIPE AMORIM/LUSA
5 Outubro 2025, 14h48

O secretário-geral do PCP criticou hoje a apresentação progressiva de “peçazinhas” do Orçamento do Estado em período eleitoral, recusou cair na “casca de banana” de as comentar e avisou que quem viabilizar o documento terá de assumir responsabilidades.

Em declarações aos jornalistas após uma visita ao Centro Interpretativo do Tapete de Arraiolos, em Arraiolos, distrito de Évora, Paulo Raimundo defendeu que “não dá para discutir o Orçamento do Estado” às “pecinhas”, um dia depois de o primeiro-ministro ter confirmado que a proposta orçamental do executivo irá incluir uma nova redução do IRS.

“Eu sei quais são as cascas de banana do senhor primeiro-ministro. Diz que o Orçamento do Estado é só para depois das eleições – palavras do próprio –, que até já tem reuniões marcadas – e acho bem, está a fazer pela vida dele –, mas depois vai deixando cair umas peçazinhas”, criticou.

O secretário-geral do PCP disse que não tenciona “cair na casca de banana do senhor primeiro-ministro”, salientando que se está em período eleitoral e sabe-se bem “o que é que significam essas palavras”.

Questionado sobre se lhe parece que este anúncio relativo ao IRS é eleitoralismo, Paulo Raimundo respondeu com ironia: “Não, foi coincidência”.

“O mesmo primeiro-ministro que diz que o Orçamento é para depois, vem, diria assim, libertando os aspetos que ele considera que são positivos. É só por coincidência”, criticou.

Confrontado com as declarações do secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, que no sábado considerou a viabilização do Orçamento do Estado como “mais fácil”, Paulo Raimundo respondeu: “Cada um vai ter de assumir as responsabilidades pelas atitudes que toma”.

“Eu já tenho dito, e desculpem estar a repetir: eu tenho visto com algum interesse este movimento de cotoveladas entre o PS e o Chega para ver quem é o parceiro, quem é a noiva do Governo”, referiu.

No entanto, Paulo Raimundo reiterou que quem aprovar um Orçamento do Estado que, “segundo as palavras do próprio primeiro-ministro, é um instrumento da continuação da política do Governo”, terá de “assumir as suas responsabilidades”.

“Quem puser lá a assinatura por baixo vai ter de assumir a responsabilidade do que está a fazer e é responsável pelas consequências, na nossa ideia, desastrosas, desse caminho”, disse.

Interrogado sobre se o PCP vai manter a sua posição – o partido já indicou que irá votar contra o Orçamento do Estado –, Paulo Raimundo respondeu que sim e que o partido tenciona “enfrentar o orçamento”.

“Se é um instrumento ao serviço da continuidade da política, o que é que significa? Desmantelamento do Serviço Nacional de Saúde (SNS), encerramento de urgências, estagnação brutal na resposta dos serviços públicos”, disse.

Para Paulo Raimundo, o Orçamento vai também continuar a “descida escandalosa dos impostos para aqueles que têm”, referindo-se ao IRC.

“E, portanto, nesse orçamento o que é que queriam que o PCP fizesse? Num orçamento que é um instrumento da política que está em curso contra aquilo que são as necessidades da maioria do povo e contra os interesses de Portugal”, disse.

No sábado, o presidente do PSD e primeiro-ministro, Luís Montenegro, confirmou que o próximo Orçamento do Estado vai apresentar nova diminuição do IRS.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.