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Oferta de casas para arrendar subiu 61% no verão suportada pela descida de impostos para senhorios

Para este aumento homólogo no terceiro trimestre contribuíram Lisboa (65%), o Porto (82%) e Viseu com um crescimento expressivo de 110%. Responsável do ‘idealista’ alerta, no entanto, para procura por quartos em vez de casas inteiras, como uma forma mais acessível de habitação, devido ao valor elevado das rendas.
Margarida Grossinho
19 Novembro 2024, 07h30

A oferta de casas para arrendar no terceiro trimestre de 2024 subiu 61% face ao mesmo período de 2023, segundo uma análise de dados do ‘idealista’. Ao JE, Ruben Marques, responsável do marketplace imobiliário, revela que tal facto pode dever-se a fatores como a ligeira redução de impostos para senhorios, que incentivou a disponibilização de mais imóveis no mercado de arrendamento, assim como ao maior investimento em renovação de casas para colocá-las no mercado de arrendamento.

Neste aumento de oferta, destacou-se Viseu, com um crescimento expressivo de 110%, seguindo-se Viana do Castelo (82%), Porto (82%), Faro (80%), Braga (77%), Funchal (77%), Lisboa (65%), Santarém (56%), Aveiro (55%) e Évora (53%). Em sentido contrário, o stock diminuiu em Bragança (-19%), Portalegre (-18%), Ponta Delgada (-6%) e Guarda (-5%).

“Com as rendas elevadas, cresce também a procura por quartos em vez de casas inteiras, como uma forma mais acessível de habitação. Todos estes fatores refletem um mercado de arrendamento que está a tentar ajustar-se, com mais opções para os arrendatários, mas ainda enfrentando desafios relacionados aos preços elevados e à procura ajustada”, refere Ruben Marques.

Por outro lado, o responsável salienta que, com os preços das casas a subir constantemente em Portugal, o mercado de arrendamento tornou-se a solução mais acessível e, para muitos, a única opção viável.

“Muitos potenciais compradores enfrentam dificuldades para adquirir um imóvel devido aos elevados preços de venda e às exigências financeiras necessárias para a entrada de um crédito à habitação. Neste cenário, o arrendamento surge como uma alternativa prática, permitindo que as pessoas tenham acesso à habitação sem a necessidade de um grande investimento inicial”, sublinha Ruben Marques.

A decisão do Governo de não descongelar as rendas protege, por um lado, os inquilinos de contratos antigos, mas, por outro, limita a oferta de novos imóveis no mercado de arrendamento.

“Sem a possibilidade de atualizar rendas antigas, muitos proprietários preferem manter os imóveis fora do mercado, o que reduz a oferta e mantém os preços elevados para novos contratos. Assim, a medida ajuda alguns, mas torna o arrendamento menos acessível para quem está à procura de casa agora, exacerbando a crise de habitação em áreas como Lisboa e Porto”, realça o responsável do ‘idealista’.

Apesar da subida anual de 5,1% em outubro, as rendas das casas em Portugal desaceleraram pelo sexto mês consecutivo. Contudo, e mesmo com esta desaceleração nos preços, o valor do m² em Portugal, no mês de abril, continua idêntico ao registado em outubro: 16,1 euros/m².

Em Lisboa, as rendas ficaram 5,3% mais caras e, no Porto, esse encarecimento foi mais expressivo: 6,1%. Évora (-3,6%) foi a capital de distrito onde os preços das rendas mais desceram, seguida por Aveiro (-1,4%).

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