A Sporting SAD comunicou hoje à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários o valor do acordo referente à transferência do guarda-redes Rui Patrício para o Wolverhampton, pelo que se confirma que o clube liderado por Frederico Varandas recebe 18 milhões de euros pelo atleta.
“A SPORTING CLUBE DE PORTUGAL – FUTEBOL, SAD (adiante Sporting SAD ou Sociedade) vem, nos termos e para efeitos do cumprimento da obrigação de informação que decorre do disposto no artigo 248º-A, nº1 al. a) do Código dos Valores Mobiliários, informar o mercado que, na presente data, celebrou um acordo relativo à transferência de RUI PEDRO DOS SANTOS PATRÍCIO para o WOLVERHAMPTON WANDERERS FOOTBALL CLUB (1986) LIMITED no valor de
€18.000.000,00 (dezoito milhões de euros).
Por via do acordo celebrado o Jogador e a Sociedade renunciaram a quaisquer direitos de que pudessem ser titulares em virtude do contrato de trabalho desportivo e da resolução unilateral promovida pelo Jogador”, pode ler-se no comunicado na CMVM.
Acordo com a Gestifute
Foi ainda anunciado um acordo com a Gestifute onde foi reduzido o valor que a empresa de Jorge Mendes pedia ao Sporting. “foi celebrado um acordo com a Gestifute – Gestão de Carreira Profissionais Desportivas, S.A, tendo esta reduzido o valor que peticionava à Sociedade – fruto dos acordos celebrados aquando da renovação de contrato de trabalho desportivo dos jogadores Rui Patrício e Adrien Silva – de nove milhões e cinquenta mil euros para quatro milhões euros)”.
O que originou a rescisão de contrato de Rui Patrício com o Sporting CP?
No último dia de maio, parecia certo que o guarda-redes do Sporting CP iria sair do clube de forma amigável, ou seja, de forma que o clube que o formou pudesse ser ressarcido. Os principais jornais desportivos davam conta de negociações avançadas entre Sporting e Wolverhampton e mencionavam, inclusivamente, que esta venda poderia travar outros processos de rescisão que se perspectivavam. No entanto, tudo mudou no dia seguinte: Bruno de Carvalho terá pedido mais dinheiro ao clube inglês através do intermediário do Sporting na negociação. Valor acordado inicialmente, de 18 milhões de euros, não foi aceite e o negócio caiu. Consequência imediata: Rui Patrício remeteu a carta ao Sporting CP a invocar rescisão de contrato alegando justa causa.
O que alegou a Gestifute para que o negócio não avançasse?
Segundo a Gestifute, foi o Sporting, através do seu administrador executivo, Guilherme Pinheiro, a pedir “encarecidamente” à empresa que tentasse conseguir uma proposta para a transferência do jogador Rui Patrício, de modo a evitar a rescisão iminente deste.
Mais adianta a Gestifute, que foi o Sporting, com esse pedido de intervenção, a propor, simultaneamente, que se resolvesse o diferendo com a empresa relativo ao jogador Adrien Silva, sem prejuízo do pagamento da contrapartida devida a esta, já anteriormente contratualizada, pela própria transferência do jogador Rui Patrício.
Tal diferendo, segundo a Gestifute, relaciona-se com a intervenção desta na renovação do contrato do jogador Adrien Silva, a qual “teve lugar também a pedido do Sporting, em 2012, numa situação em que o mesmo Sporting corria o risco de o jogador ficar livre, à semelhança, aliás, do que ocorreu na mesma altura quanto ao próprio Rui Patrício”.
O que dizia a carta de Rui Patrício?
Numa carta de rescisão de 34 páginas, e que é assinada pelo próprio Rui Patrício, o internacional português enumera e revela vários episódios e mensagens escritas pelo presidente Bruno de Carvalho, a partir de janeiro deste ano, e acrescenta que poderá avançar para um pedido de indemnização por “danos de natureza não patrimonial”, que alegadamente sofreu.
“Fui alvo de violência psicológica e de violência física. Isto não pode deixar de constituir justa causa, para que eu, preservando a minha dignidade pessoal e profissional, me liberte do contrato que me liga ao Sporting”, lê-se na carta.
O que vai encontrar Rui Patrício no futebol inglês?
O Wolverhampton dominou a Championship (segunda divisão inglesa) e, sem surpresas, subiu ao principal escalão do futebol inglês. Na Premier League, Rui Patrício vai ter a companhia dos portugueses Rúben Neves, Diogo Jota, Hélder Costa, Ivan Cavaleiro, Roderick Miranda, Rúben Vinagre e Pedro Gonçalves e irá ser treinado por Nuno Espírito Santo. Vai ter a concorrência de guarda-redes ingleses. Aos 30 anos, Rui Patrício assinou um contrato de quatro anos.
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