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Oito pessoas têm a mesma riqueza que a metade mais pobre do mundo

Oito empresários, incluindo Bill Gates, acumulam a mesma riqueza que 3,6 mil milhões de pessoas, segundo as conclusões da confederação internacional contra a pobreza.
16 Janeiro 2017, 08h32

A Oxfam, confederação internacional contra a pobreza, divulgou esta segunda-feira um relatório em que dá conta de que oito bilionários agregam a mesma riqueza que os 3,6 mil milhões de pessoas que formam a metade mais pobre da população mundial.

Além do antigo patrão da Microsoft, constam na lista Amancio Ortega (fundador da Inditex), Warren Buffett (maior acionista da Berkshire Hathaway), Carlos Slim (proprietário do grupo Carso), Jeff Bezos (Amazon), Mark Zuckerberg (Facebook), Larry Ellison (Oracle) e Michael Bloomberg (da agência de informação económica e financeira Bloomberg).

A Oxfam publicou hoje um relatório, “Uma economia para 99 por cento”, que revela que os novos dados disponíveis, sobretudo da China e da Índia, permitem concluir que “a brecha entre ricos e pobres é muito maior do que se temia”.

Segundo a diretora-executiva da Oxfam, Winnie Byanyima, “a imensa riqueza que acumulam uns poucos resulta obscena quando uma em cada dez pessoas no mundo sobrevive com menos de dois dólares (1,88 euros) por dia”.

A responsável salientou, em comunicado, que sete em cada dez pessoas vivem num país em que a desigualdade aumentou nos últimos 30 anos. A Oxfam pede aos governos para que aumentem os impostos sobre as grandes fortunas, garantam um salário digno para os trabalhadores e travem a evasão fiscal.

Já Mark Goldring, chefe-executivo da Oxfam, afirmou: “O retrato deste ano da desigualdade é mais claro, mais preciso e mais chocante do que nunca. Ultrapassa o grotesco que um grupo de homens que poderia caber facilmente num carrinho de golfe ter mais que a metade mais pobre da humanidade”.

Na sua opinião, a desigualdade não só mantém milhões de pessoas presas na pobreza, como também “está a fraturar as sociedades e a envenenar a política”. “Não é justo que os altos executivos levem para casa grandes bónus enquanto os salários dos trabalhadores estão estagnados ou que as multinacionais e os milionários evitem impostos enquanto os serviços públicos a estão a ser cortados”, acrescentou.

O relatório é divulgado na véspera do Fórum Económico Mundial de Davos, na Suíça, que reúne líderes mundiais entre os dias 17 e 20 de janeiro.

 

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