[weglot_switcher]

“Olhamos para Portugal como um país tecnológico e com grande margem de crescimento”

O mercado é pequeno e as nossas empresas ainda não estão ao nível das estrangeiras. Mas segundo os responsáveis da Dell EMC, o tecido empresarial português está consciente da importância da digitalização para a sua competitividade e já está a investir nela.
19 Agosto 2018, 10h00

Isabel Reis, managing director enterprise da Dell EMC Portugal e Espanha, e Gonçalo Ferreira, managing director comercial em Portugal, falaram ao Jornal Económico no contexto do lançamento do mais recente estudo da Dell EMC. Nesta entrevista conjunta analisam os desafios e as oportunidades que se colocam às empresas portuguesas no âmbito da digitalização e avançam as soluções da empresa que lideram visando atingir esse desiderato.

 

Qual o estado de maturidade das empresas portuguesas em matéria de digitalização?

As empresas portuguesas começaram a estar mais conscientes da necessidade de digitalização que atualmente se vive, de forma a manterem-se competitivas. No fundo, a economia digital já começou a ter um impacto positivo na produtividade e no crescimento anual do Produto Interno Bruto (PIB). No entanto, as nossas empresas ainda não estão ao nível das empresas estrangeiras em termos de digitalização, embora tenham consciência de que a transformação das TI é essencial para que permaneçam competitivas. Ainda existem muitas lacunas por preencher e há um grande número de gestores que ainda são muito conservadores face à digitalização dos seus negócios. Deste modo, o investimento ainda não é tão elevado como noutros mercados ou países.

 

O investimento das empresas portuguesas está em linha com outros países?

O mercado português é muito pequeno, em comparação com os restantes países europeus e seria prejudicial não ter isso em consideração. Contudo, a transformação digital está a acontecer e alguns investimentos estão a ser realizados em Portugal. Na Europa, a maioria das empresas sabe o que precisa e quanto devem investir, embora muitas estejam ainda num estádio intermédio na transformação das TI. Portugal tem vindo a acompanhar a mudança e tem consciência das tendências digitais. Acreditamos que em breve se começará a alinhar com os restantes países.

 

Quais são as principais conclusões retiradas do referido estudo?

A maioria das empresas, mais de 80%, acredita que a transformação é essencial para se manterem competitivas. No entanto, vimos que nos países analisados, cada empresa vive atualmente diferentes estádios nesta transformação. É importante salientar que as empresas em processo de transformação digital estão 2,5 vezes mais confiantes do seu sucesso nos próximos cinco anos.

No que diz respeito à aproximação das TI do negócio, tudo indica que há dados teóricos que o suportam e há dados empíricos que o atestam, mas, na realidade, os departamentos de TI e a gestão das organizações continuam de costas voltadas. Isso mesmo refere o estudo de Steven De Haes, professor na University of Antwerp – Antwerp Management School, que esteve recentemente em Portugal.

 

Porque é tão difícil para as organizações dar esse passo  fundamental para a Governação de TI e digitalização?

Essa separação entre as duas áreas é um facto muito preocupante, na medida em que alguns dos gestores ainda desconfiam das mudanças que a transformação trará. Essa transformação traz novas ferramentas para a gestão de todos os recursos e, embora haja evidências de que essa transformação seja um grande apoio, às vezes, a falta de preparação e de recursos humanos adaptados a esta mudança torna este processo muito complicado para os gestores das organizações. No entanto, este estudo da Dell EMC vem provar que há mudanças e que os gestores das organizações sabem que essa transformação é algo positivo e que os torna mais competitivos no mercado.

 

Caso ainda não tenham iniciado a sua digitalização, por que sistemas de informação devem as empresas começar o investimento na digitalização? Porquê?

As empresas precisam de estar à distância de um clique para continuarem competitivas no mercado, cada vez mais global. Aliás a Comissão Europeia já afirmou que a economia digital é “o driver mais importante da inovação, da competitividade e do crescimento no mundo”. Antes de se começarem a transformar é necessário que haja uma mudança de mentalidades, e é necessário informar e sensibilizar os funcionários para a importância da competitividade da economia digital e das novas TIC. Depois, devem procurar uma empresa, como é o caso da Dell EMC, que desenvolve produtos e soluções adaptados à realidade das diferentes empresas e setores, para juntos criarem soluções que apoiem a transformação. Naturalmente, esta realidade é diferente de empresa para empresa e cada uma tem necessidades diferentes, consoante o seu modelo de negócio e mercado de atuação.

 

Quais as principais conclusões do vosso recente encontro em Portugal?

Foi um encontro muito positivo e benéfico para todas as partes. A Dell Solutions, por exemplo, tem crescido muito em Portugal, tanto para os nossos parceiros, como para os nossos clientes finais. As nossas soluções adaptam-se muito bem ao mercado português e a todo o tipo de empresas existentes no nosso mercado. Há cada vez mais empresas em processo de transformação digital com o apoio da Dell EMC e dos nossos parceiros em Portugal. Nós olhamos para Portugal como um país tecnológico e com grande margem de crescimento para a nossa companhia.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.