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OM Pharma constrói fábrica de 10 milhões para produzir medicamento inovador na Amadora

A fábrica portuguesa será a única a nível mundial a produzir o novo medicamento, que, ao regular os níveis de potássio, permitirá que os doentes recebam as doses adequadas de terapêutica para a insuficiência cardíaca e doença renal crónica.
19 Junho 2018, 07h28

A OM Pharma, empresa do grupo suíço Vifor Pharma, que é líder do mercado global em medicamento para a deficiência de ferro, nefrologia e terapias cardio-renais investiu 10 milhões de euros na construção da unidade fabril situada no Campus de Alfragide, na Amadora, que vai exportador um medicamento inovador para todo o mundo, incluindo o exigente mercado norte-americano.

A nova unidade fabril, que será inaugurada esta terça-feira, irá produzir um medicamento inovador indicado no tratamento de pessoas mais frequentemente afetadas por  hipercaliemia, como os doentes com insuficiência cardíaca e doença renal crónica (DRC). O novo medicamento, biológico, permite regular os níveis de potássio sanguíneo, para que os doentes possam beneficiar dos tratamentos de que necessitam.

A insuficiência cardíaca, é uma das patologias em que o fármaco terá maior impacto. Estima-se que a doença atinja 26 milhões de pessoas em todo o mundo, estando previsto que em 2035 este número aumente em 30%. Para além do elevado número de doentes, espera-se ainda que a mortalidade e hospitalizações associados à insuficiência cardíaca aumentem significativamente o impacto económico da mesma.

De acordo com informação disponibilizada pela OM Pharma, doentes com insuficiência cardíaca, renal e diabetes medicados com um grupo de fármacos designados inibidores do sistema renina-angiotensina-aldosterona (RAASI), habitualmente administrados na dose mais elevada tolerada pelo doente, leva a que  muitos doentes desenvolvam hipercaliemia.Esta situação implica a redução das doses terapêuticas ou mesmo suspensão do tratamento, impedindo-os de obter o benefício esperado.

O novo medicamento da OM Pharma permitirá aos doentes receber doses adequadas da terapêutica para a insuficiência cardíaca e doença renal crónica, contribuindo assim para um melhor tratamento desta população.

Aprovado pela Agência Europeia do Medicamento (EMA, na sigla inglesa) em 2017, e em fase de negociação prévia – para aprovação de comparticipação – em Portugal, o novo fármaco será comercializado em todo o mundo, incluindo no muito exigente mercado norte-americado, facto que obrigou a uma reorientação da estratégia definida para a nova unidade.

A Fábrica da Amadora será a única a nível mundial a produzir o novo fármaco, a primeira grande inovação terapêutica na área da hipercaliemia em cinquenta anos. “As características do novo medicamento, que é um biológico, obrigou à construção de uma fábrica, de raíz, dedicada em exclusivo à produção do produto. Inicialmente, o mercado norte-americano não tinha sido considerado, mas com o desenvolvimento do projeto, chegámos à conclusão de que tínhamos condições para conseguir a aprovação da entidade reguladora norte-americana, a FDA, e reajustámos a estratégia para podermos alcançar com esse objetivo”, explicou ao Jornal Económico António Jordão, Diretor-geral da OM Pharma. “A expetativa é que a de conseguirmos a aprovação da FDA no primeiro trimestre de 2019, momento a partir do qual começaremos a exportar para os EUA”, acrescenta o gestor.

Com uma unidade fabril a funcionar em Portugal desde 2000, também no Campus de Alfragide, a OM Pharma conta atualmente com cerca de 130 trabalhadores, a que se juntarão mais 20 para garantir a produção na nova unidade fabril.

Em 2017 a OM Pharma registou um crescimento expressivo do resultado líquido (30%) a que correspondeu um aumento do valor das vendas de cerca de 6%.

Em Portugal, a empresa é líder de mercado nas áreas das Infecções Respiratórias com uma quota de 61%; na das infecções urinárias (72%); ferro oral (54%); antiflatulentos (94%) e do ferro IV (91%).

A decisão de construir a fábrica em Portugal, resultou de um processo de candidaturas, aberto a todas as subsidiárias do Grupo Vifor Pharma, presente em mais de 100 países, mas que conta com fábricas próprias unicamente na Suíça e em Portugal.

Como pontos fortes, que determinaram a escolha de Portugal, António Jordão salienta três: “o facto de termos um “Track record” de 18 anos de cumprimento de prazos de entrega e de qualidade dos produtos; o termos disponível terreno em Portugal, o que constitui uma vantagem muito relevante e; finalmete, o termos contado, desde o início, com uma forte parceria com a Câmara Municipal da Amadora e com o próprio Ministério da Saúde, o que facilitou bastante as coisas em termos de agilização de processos. Os custos laborais, como é óbvio, são uma vantagem suplementar, sendo em Portugal muito inferiores aos da Suíça ou Alemanha, o que compensa, de algum modo os custos de transporte para o resto do mundo”, conclui.

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