OMS antevê doses “limitadas” da vacina contra a Covid-19 no início de 2021
A cientista-chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS) Soumya Swaminathan disse esta segunda-feira que prevê que as doses disponíveis da vacina contra a Covid-19 sejam “muito limitadas” no primeiro semestre de 2021.
A pediatra indiana mantém-se, porém, otimista de que a OMS consiga capaz de trabalhar com muitos fabricantes para ter uma ampla seleção de vacinas para distribuir globalmente, segundo a agência Reuters. “Existem acordos bilaterais que muitas das empresas fizeram. Muitas das doses já foram agendadas por alguns países”, afirmou a especialista, citada pela “CNBC”.
“Este não é o momento para complacências”, completou o diretor geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em conferência de imprensa.
Os depoimentos surgem horas depois de a empresa de biotecnologia norte-americana Moderna ter divulgado resultados provisórios da sua vacina experimental contra a Covid-19 que demostraram uma eficácia de 94,5% na redução do risco de contrair a doença causada pelo vírus SARS-CoV-2.
A terceira e última fase dos testes clínicos deste fármaco arrancou nos Estados Unidos em julho e envolve mais de 30 mil participantes. “Este é um momento crucial no desenvolvimento da nossa vacina candidata contra a covid-19”, sublinha o diretor-executivo da Moderna, Stéphane Bancel, explicando que os novos dados positivos constituem “a primeira validação clínica de que a vacina pode proteger contra a covid-19, incluindo de doença grave”.
A empresa, que anunciou estes dados uma semana depois de a farmacêutica Pfizer ter revelado uma eficácia de 90% na sua vacina, vai submeter nas próximas semanas um pedido de autorização de uso de emergência à Food and Drug Administration (FDA) e pretende também candidatar-se a autorizações de agências internacionais.
Até ao final do ano, a Moderna espera ter já disponíveis para distribuição cerca de 20 milhões de doses da vacina mRNA-1273 e mantém o objetivo de produzir entre 500 milhões e mil milhões de doses em 2021.
