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ONU: Queda nas emissões de gases com efeito estufa em 2020 não está a reverter alterações climáticas

Apesar da ligeira diminuição no ritmo a que os gases com efeito estufa foram emitidos em 2020, fruto das restrições que visam combater a pandemia, a Organização Meteorológica Mundial avisa que este facto apenas desacelerará o ritmo das alterações climáticas, sendo profundamente insuficiente para compensar as décadas de emissões que ainda hoje persistem na atmosfera.
  • David Gray/Reuters
23 Novembro 2020, 17h53

Apesar dos confinamentos que se verificaram um pouco por todo o mundo e da redução que daí se esperava nas emissões de gases com efeito estufa, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) avisou esta segunda-feira que o impacto desta diminuição temporária nas alterações climáticas é virtualmente nulo, representando apenas uma ligeira desaceleração do ritmo a que estas ocorrem.

O relatório anual da OMM refere que 2019 marcou o nível máximo de concentração de dióxido de carbono na atmosfera do planeta desde que há registos, sendo que este continuou a aumentar em 2020. No final do ano passado registavam-se 410,5 partes por milhão (ppm) deste gás na atmosfera.

Em 2020, e apesar de não haver ainda dados globais, os cientistas apontam para uma redução entre os 4,2% e os 7,5%, reporta a Reuters.

Para o organismo da ONU, esta descida não se desviará das variações naturais verificadas todos os anos e, como tal, não terá efeito nas consequências de longo prazo deste fenómeno. Tal sucede porque o dióxido de carbono persiste várias décadas na atmosfera, pelo que as emissões mais baixas de 2020 apenas desacelerarão o processo de alterações climáticas temporariamente.

Desde 2015, a concentração de dióxido de carbono na atmosfera terrestre aumentou 10 ppm. Este dado é equiparável ao que sucedeu nas passagens de períodos glaciares para outros mais temperados, com a diferença que, nesses casos, a subida se deu ao longo de milhões de anos, ao invés dos cinco anos que agora se verificam.

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