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Onze fundações europeias juntas para promover o valor social das artes participativas

“A nova Aliança para as Artes Participativas [Alliance for Socially Engaged Arts] reúne onze organizações filantrópicas líderes na Europa para unirem recursos, criarem uma rede de apoio unificada e ampliarem as atividades de sensibilização, a fim de potenciar o papel das artes na promoção de uma verdadeira mudança social”, avança a Fundação la Caixa, uma das participantes.
23 Janeiro 2025, 20h56

Onze importantes fundações europeias, incluindo a Fundação la Caixa, criaram um programa pioneiro que visa promover a capacitação, colaboração e visibilidade das práticas artísticas comunitárias com impacto social em toda a Europa.

“A nova Aliança para as Artes Participativas [Alliance for Socially Engaged Arts] reúne onze organizações filantrópicas líderes na Europa para unirem recursos, criarem uma rede de apoio unificada e ampliarem as atividades de sensibilização, a fim de potenciar o papel das artes na promoção de uma verdadeira mudança social”, avança a Fundação la Caixa, uma das participantes.

A Aliança, tida como pioneira, foi lançada hoje, e é composta por onze das principais fundações filantrópicas europeias. Para além da Fundação La Caixa, os parceiros fundadores são a Allianz Foundation (Alemanha); a Fundação Calouste Gulbenkian (Portugal); Fondazione Cariplo (Itália); a Compagnia di San Paolo (Itália); a Fondation Daniel e Nina Carasso (França); a European Cultural Foundation (Países Baixos); a Hilti Foundation (Liechtenstein); a King Baudouin Foundation (Bélgica); a Moleskine Foundation (Itália); e a Stiftung Mercator Schweiz (Suíça).

“Esta iniciativa tem como meta fornecer apoio crítico e criar uma voz coletiva para promover as artes participativas que abordam desafios sociais, políticos e culturais urgentes”, refere a Fundação La Caixa.

“Ao colocarem as comunidades e as suas necessidades no centro dos processos artísticos, estas práticas têm o potencial de capacitar as pessoas, fomentar o diálogo, mudar perceções sociais e, em última análise, estimular ações concretas para enfrentar os problemas que estas comunidades enfrentam”, acrescenta.

Luís Jerónimo, Diretor de Sustentabilidade e Equidade da Fundação Calouste Gulbenkian e Presidente da Aliança, defende no comunicado que “as artes socialmente empenhadas têm sido, desde há muito, um motor de mudanças sociais positivas na Europa. No entanto, organizações artísticas, artistas e profissionais da cultura socialmente empenhados continuam a ser subvalorizados.Enfrentam frequentemente financiamento insuficiente, falta de apoio das administrações públicas e cortes significativos em subsídios, comprometendo o impacto positivo que podem ter na construção de uma Europa mais criativa e conectada”.

“Relatórios recentes do sector das artes e da cultura refletem esta tendência preocupante, especialmente evidente em países como a Alemanha, a França e o Reino Unido”, acrescenta.

“Estes cortes, aliados à dificuldade de assegurar financiamento específico para artes socialmente empenhadas, já tradicionalmente subfinanciadas, colocam pressão sobre muitas organizações, frequentemente deixadas sem os recursos necessários para prosseguir a sua atividade. Além disso, os praticantes de artes participativas enfrentam um isolamento particular devido à fragmentação do setor, no qual existem trabalhos extraordinários que, no entanto, operam compartimentados por toda a Europa”, refere ainda.

“É por isso que onze organizações filantrópicas líderes na Europa decidiram unir forças para mudar esta situação. A Aliança ligará os principais artistas e organizações artísticas socialmente empenhadas de diferentes países, aumentará o apoio essencial para ampliar o impacto do seu trabalho e criará uma plataforma de defesa poderosa à escala europeia. Juntos, demonstraremos que a ação coletiva pode aumentar a visibilidade e gerar mudanças duradouras e transformadoras para as comunidades de todo o continente” conclui Luís Jerónimo.

Bolsas para promover o valor social das artes participativas

No evento de lançamento realizado hoje, 23 de janeiro, em Lisboa, a Aliança anunciou também o seu programa inaugural de bolsas. Este programa, com a duração de 18 meses, apoiará até 15 líderes de organizações artísticas de toda a Europa com visão de futuro, focados no envolvimento da comunidade e na mudança social.

Cada bolseiro e respetiva organização receberão um subsídio de 60 mil euros; workshops online, mentoria e apoio para aumentar o impacto do seu trabalho, e experiências imersivas, como residências, visitas de estudo e intercâmbios.

“O objetivo da bolsa é proporcionar um espaço de colaboração onde as organizações artísticas socialmente empenhadas possam consolidar o seu trabalho, reforçar o desenvolvimento profissional dos bolseiros e promover iniciativas com impacto em toda a Europa”, lê-se no comunicado.

A bolsa resulta de uma colaboração com a Culture Action Europe, a Fondazione Fitzcarraldo e a The Audience Agency, especialistas na capacitação e promoção do setor das artes.

Anne Torreggiani, diretora-geral da The Audience Agency, em nome da parceria com a Culture Action Europe e a Fondazione Fitzcarraldo, refere que “com esta bolsa, queremos trabalhar com artistas excecionais e organizações inovadoras que estão na vanguarda das artes socialmente empenhadas em toda a Europa, ajudando-os a levar o seu trabalho para o próximo nível. Este programa oferece um ambiente colaborativo e de apoio onde os artistas podem crescer, superar desafios, partilhar conhecimento e promover mudanças reais e duradouras”.

As candidaturas às bolsas decorrem de 23 de janeiro a 24 de fevereiro.

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