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OPA de milionário russo aprovada pelos acionistas do dono do Minipreço. Luís Amaral admite lançar uma contra OPA

O oferta do fundo do milionário russo Mikhail Fridman, que tem 29,01% das ações do dono do Minipreço, foi aprovada pelos acionistas do grupo DIA.
20 Março 2019, 11h59

O fundo Letterone, propriedade do milionário russo Mikhail Fridman, foi a opção escolhida pelos acionistas do grupo DIA, sem a necessidade de esperar pela votação dos membros do conselho de administração da distribuidora alimentar espanhola.

Em causa estava a proposta do milionário russo com uma oferta pública de aquisição (OPA), de 0,67 euros por ação através uma injeção de 500 milhões de euros, valorizando o DIA em 414 milhões de euros. Do outro lado, o conselho de administração do grupo DIA liderado por Borja de la Cierva, pretendia fazer um aumento de capital de 600 milhões de euros, uma operação cuja assessoria está a cargo da Morgan Stanley.

O conselho de administração proponha a redução de capital do grupo DIA e, logo após isso, a sua expansão em 600 milhões de euros para liderar a empresa após a perda de 352 milhões de euros em 2018.

A assembleia de acionistas que decorreu esta manhã na Casa América, em Madrid, capital espanhola esperava uma forte participação dos vários representantes do Grupo DIA. Contudo, quando no início da reunião foi anunciado por um responsável do conselho de administração que estava apenas presente na sala 54,30% do capital social da companhia, o quórum mais baixo da história neste tipo de reuniões, logo se percebeu que o milionário russo saíria como vencedor.

Isto porque, perante esta percentagem a LetterOne precisaria apenas de ter um capital social de 25% do Grupo DIA. Tendo a sociedade de Mikhail Fridman, 29,01% desse capital social, a vitória estaria desde logo assegurada.

Perante este resultado colocam-se agora dois cenários: o primeiro, diz respeito ao aumento de capital da LetterOne, que está condicionado ao controlo efetivo de Mikhail Fridman sobre o Grupo DIA, proposta que ainda precisa de ser aprovada. Para isso, o milionário russo precisa de 35,51% do capital próprio, de um total de 70,99%.

O segundo ponto, está relacionado com a extensão do conselho de administração, que foi uma das exigências impostas pelo banco credor para garantir a sua liquidez. No entanto, o conselho de administração assumiu nas últimas semanas que, caso a sua proposta não fosse aceite, as entidades financeiras poderiam exigir de imediato a falência dos credores.

Luís Amaral admite uma contra OPA

Quem está desde a primeira hora contra a OPA de Mikhail Fridman, é o empresário português Luis Amaral, que tem 2% do capital do DIA, e é dono da rede de supermercados polaca Eurocash. Em declarações ao “El Economista”, Luís Amaral, diz estar disposto a participar com uma contra OPA.

“Não vou vender para a LetterOne porque acho que a empresa [DIA] vale entre dois e três euros por ação e embora neste momento não esteja a trabalhar em nenhum tipo de operação, estou disposto a ouvir e a participar numa possível contra OPA com outros acionistas, se houver uma proposta nesse sentido”.

Luís Amaral defende o plano do conselho de administração e a sua proposta de aumentar o capital em 600 milhões de euros para restaurar o equilíbrio dos ativos. “O Dia não tem um problema económico, mas sim de contabilidade e, portanto, é necessário realizar a operação e cumprir os compromissos assumidos com o banco”, refere.

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