No espaço de apenas um ano foram registados mais de 320 mil casos de sarampo em 14 países à volta do mundo, entre abril de 2018 e e março de 2019. A opção pela não vacinação está a provocar uma verdadeira crise a nível global.
Países que estavam perto de eliminar o sarampo estão a registar grandes surtos. Entre 2016 e 2017, os casos de sarampo subiram 30% em todo o mundo, segundo os dados avançados pela BBC.
Os países mais afetados foram Madagáscar (84 mil casos), Ucrânia (78 mil) e o Paquistão (22 mil). Mas entre os 14 países mais afetados a nível global existe um país europeu: França onde foram registados mais de dois mil casos.
A desacreditação da vacinação significa que o mundo está a dar um passo atrás na luta contra as doenças mortais, avisam os peritos à ‘BBC’. Um dos maiores estudos globais na área da saúde indicou que a confiança nas vacinas se encontra em mínimos em algumas regiões.
Recolhidas mais de 14 mil opiniões de 140 países, 79% pensa que as vacinas são seguras, enquanto 7% discordam da opinião dos primeiros. Quando questionados sobre se estas realmente funcionam, 84% dos inquiridos concordam que estas protegem, enquanto 5% não partilha a mesma opinião.
Está comprovado cientificamente que a vacinação é a melhor defesa contra as doenças mortais e infeções debilitantes, como o sarampo. De facto, os estudos garantem que a vacinação já erradicou doenças como a varíola e está perto de erradicar a poliomielite, ou pólio.
No entanto, com a falta de crédito que as vacinas estão a ter no redor do mundo, o sarampo está a surgir novamente. O medo e a desinformação foram apontadas como as principais causas para os pais não vacinarem os filhos.
“A vacinação hesitante tem potencial, pelo menos em alguns lugares, de realmente impedir o progresso real que o mundo tem feito no controlo de doenças evitáveis por vacinação”, disse a doutora Ann Lindstrand. “Qualquer ressurgimento que vemos nessas doenças é um passo inaceitável para trás”, sublinhou.
No caso do sarampo, que tem reaparecido, os dados mostram um aumento 30% em 2017, do que em 2016. Ainda assim, o que muitos não se apercebem é que a decisão de não vacinar representa um risco para os outros, segundo os especialistas.
Muitas celebridades norte-americanas estão a apoiar um decreto-lei que pretende abolir a obrigação das vacinas. O maior apoiante desta medida, e principal responsável pela recolha de assinaturas é Robert F. Kennedy Jr, sobrinho do póstumo presidente John F. Kennedy.
Das celebridades que já assinaram o decreto-lei encontram-se Alicia Silverstone, Jim Carrey, Rob Schneider, Lisa Bonet, Selma Blair, Charlie Sheen, Robert DeNiro e Donald Trump, segundo a lista divulgada pela revista ‘Rolling Stones’.
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