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OPEP+ produziu menos 954 mil barris diários de petróleo do que o nível acordado

Segundo dados fornecidos ao Jornal Económico pelo Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás de Angola, liderado por Diamantino Azevedo, atual responsável executivo da OPEP, em fevereiro de 2021, a OPEP-10 alcançou um nível de conformidade de 124%, enquanto os participantes não-OPEP atingiram um nível de conformidade global de 94%, mas incluindo o México, o nível de conformidade foi de 99%. É esta coordenação na OPEP que tem valorizado a cotação internacional do petróleo.
O secretário-geral da OPEP, Mohammad Barkindo, na sua intervenção durante a reunião da OPEP+, acompanhada de Luanda por videoconferência
1 Abril 2021, 17h23

O “Relatório sobre o Desenvolvimentos do Mercado de Petróleo e os Níveis de Produção e Conformidade”, apresentado na reunião da OPEP+, que está a decorrer por videoconferência realizada esta quinta-feira, 1 de abril, refere que a produção de petróleo bruto para o conjunto dos países OPEP-10 (excluindo o Irão, a Líbia e a Venezuela) ficou em 21,01 milhões de barris de petróleo por dia em fevereiro deste ano, menos 1,108 milhões de barris de petróleo diários que o nível de produção exigido.

Alem disso, a produção de petróleo bruto nos países não-OPEP (excluindo o México) ficou em 13,01 milhões de barris de petróleo por dia em fevereiro, o que corresponde a 154 mil barris de petróleo diários a mais do que os níveis de produção voluntária. Fazendo contas à produção total da OPEP-10 e dos países participantes não-OPEP, é obtido um total inferior em 954 mil barris diários do que o nível de produção voluntário que tinha sido acordado para fevereiro, segundo os tópicos da reunião efetuada pelo Comité Ministerial Conjunto de Monitorização (JMMC) da OPEP, enviados ao Jornal Económico pelo Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás de Angola, liderado por Diamantino Azevedo, atual responsável executivo da OPEP.

Para fevereiro, a OPEP-10 alcançou um valor mensal global nível de conformidade de 124%, enquanto os participantes não-OPEP atingiram um nível de conformidade global de 94% (incluindo o México, o nível de conformidade foi de 99%). Assim, o nível de conformidade global para a OPEP-10 e para os países não-OPEP foi de 113% em fevereiro de 2021 (incluindo México, foi de 115%).

Acrescenta-se que em fevereiro de 2021, a produção de petróleo bruto do Irão foi de 2,123 milhões de barris por dia, sendo ainda 1,175 milhões de barris por dia extraídos na Líbia e mais 522 mil barris por dia obtidos na Venezuela.

A OPEP+ avalia agora, a 1 de abril, a adesão às cotas de produção que se encontram em vigor e também detalhará a forma como os países com baixo desempenho de produção petrolífera podem compensar as deficiências de produção dos meses anteriores, sendo a agenda dominada pelo volume de cortes de produção fixado para maio.

Atualmente vigora uma redução de 7,05 milhões de barris por dia, prevendo-se que em abril passe a vigorar um corte para 6,9 milhões de barris de petróleo por dia, atendendo a que foi concedido um ligeiro aumento na produção petrolífera à Rússia e ao Cazaquistão.

A Arábia Saudita deverá anunciar se vai prolongar o seu corte voluntário adicional na produção de petróleo da ordem de um milhão de barris de petróleo por dia, que já executa desde fevereiro.

A expectativa é de que a OPEP+ mantenha os limites atuais face às baixas perspetivas de recuperação da procura petrolífera, atendendo ao alerta deixado pelo secretário-geral da OPEP, Mohammad Barkindo, sobre as incertezas que persistem a nível mundial e sobre a própria fragilidade no mercado de petróleo.

O preço do cabaz petrolífero composto por 13 crudes da OPEP, incluindo Angola, ronda os 63,37 dólares por barril – com cotações formadas na terça-feira, 30 de março –, o que compara com um valor de 62,86 dólares por barril, cotado no dia anterior. Segundo dados da secretaria-geral da OPEP, o cabaz de petróleo que serve de referência à OPEP integra os petróleos da Mistura do Sahara (da Argélia), o Girassol (de Angola), o Djeno (do Congo), o Zafiro (da Guiné Equatorial), o Rabi Light (do Gabão), o Iran Heavy (da República Islâmica do Irão), o Basra Light (do Iraque), o Kuwait Export (do Kuwait), o Es Sider (da Líbia), o Bonny Light (da Nigéria), o Arab Light (da Arábia Saudita), o Murban (dos Emirados Árabes Unidos) e o Merey (da Venezuela). Acrescenta-se que a reunião da OPEP+ é co-presidida pelo príncipe Abdul Aziz Bin Salman, ministro da Energia da Arábia Saudita e por Alexander Novak, vice-primeiro-ministro da Federação Russa.

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