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Operadoras limitam valor do leilão do 5G a 100 milhões

Altice, NOS e Vodafone consideram que o 5G exigirá investimentos superiores ao 4G e deverão pedir ao Governo moderação no preço do leilão.
24 Janeiro 2020, 08h44

As empresas de telecomunicações portuguesas consideram que o leilão de espectro para a tecnologia móvel de quinta geração (5G), previsto para abril não deve custar mais de cem milhões de euros, por operador.  Ao que o Jornal Económico apurou, a Altice, a Vodafone e a NOS não admitem pagar mais do que este valor pelas frequências necessárias para implementar o 5G, devido aos elevados investimentos que terão de fazer nos próximos anos nesta tecnologia, após o leilão.

A estimativa de cerca de cem milhões de euros por operador inclui não só o montante dispendido no leilão – na ordem dos 30 milhões -, mas também as taxas e licenças pagas ao Estado ao longo do processo de implementação e desenvolvimento das infraestruturas 5G.

As fontes ouvidas pelo Jornal Económico consideram que quanto maior for o valor investido no espectro, menor será a capacidade de investimento das operadoras nos compromissos assumidos no âmbito do 5G. E defendem que o custo total da implementação do 5G deve ser inferior aos cerca de 250 milhões de euros que cada uma investiu, em média, no 4G, desde 2011.

“A tecnologia 5G vai obrigar a investimentos mais significativos do que o 4G, nos anos a seguir ao leilão. Por isso, se o Estado exigir um valor demasiado elevado no leilão, algumas operadoras poderão mesmo decidir ficar de fora”, disse uma fonte do setor, que pediu para não ser identificada. A mesma fonte acrescentou que as empresas esperam que o pagamento seja faseado ao longo de vários anos.

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O valor que o Estado pretende arrecadar no leilão de 5G ainda não é conhecido, não figurando na Proposta de Lei do Orçamento do Estado para 2020.

No final de dezembro, a Anacoman anunciou que o leilão vai contemplar “duas faixas que são consideradas pioneiras para 5G: a faixa dos 700 MHz, adequada para assegurar a transição para a próxima geração de redes móveis e a cobertura em diferentes áreas, e a faixa dos 3,6 GHz (3,4-3,8 GHz), apta para a disponibilização de capacidade necessária para serviços suportados nos sistemas 5G”.

Em abril, serão conhecidas as regras para atribuição de licenças sobre as frequências do 5G e, nesse mesmo mês, terá início o respetivo leilão que deverá terminar em junho. Desde o fim do leilão até agosto de 2020, o regulador vai concluir todos os procedimentos de atribuição das licenças de direito de utilização de frequências. A Anacom espera que no final do verão de 2020 a rede 5G já esteja disponível.

Tal como o Jornal Económico noticiou, um estudo da Ericsson aponta para que o 5G possa ter um impacto de, pelo menos, 3,6 mil milhões de euros na economia portuguesa entre 2020 e 2030.

Até ao fecho da edição, não foi possível obter esclarecimentos de fontes oficiais da Altice, Vodafone e NOS.

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