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Oposição timorense quer Governo a fiscalizar programa de merenda escolar

Este ano, o Governo timorense alocou 34 milhões de dólares (cerca de 29,89 milhões de euros) ao programa de merenda escolar em todo o território nacional. Segundo os dados divulgados pelo Governo, 47% das crianças com menos de cinco anos sofre de má nutrição crónica, 8,6% de desnutrição aguda, 32% têm peso abaixo do previsto e deficiências de vitamina A, ferro e iodo.
António Dasiparu / Lusa
2 Junho 2025, 13h12

O partido da oposição timorense pediu hoje ao Ministério da Educação uma fiscalização rigorosa à implementação do programa de merenda escolar no país para garantir às crianças refeições com qualidade e valor nutricional.

“A nutrição das crianças é uma questão nacional. Todos sabemos que, se algo não estiver bem, devemos pensar juntos em alternativas que possam ser melhores relativamente às merendas escolares no país”, afirmou o deputado da Fretilin, David Dias Ximenes.

Este ano, o Governo timorense alocou 34 milhões de dólares (cerca de 29,89 milhões de euros) ao programa de merenda escolar em todo o território nacional.

Segundo os dados divulgados pelo Governo, 47% das crianças com menos de cinco anos sofre de má nutrição crónica, 8,6% de desnutrição aguda, 32% têm peso abaixo do previsto e deficiências de vitamina A, ferro e iodo.

O Governo de Timor-Leste lançou em março o Plano de Ação Nacional Multissetorial de Nutrição que visa reduzir o atraso no crescimento infantil para 25% em seis anos.

“Temos de verificar se as refeições estão realmente a ser fornecidas às escolas, ou não, e alguém tem de fiscalizar continuamente. O Ministério da Educação tem de acompanhar permanentemente para ver se existe ou não qualidade. Só assim se podem resolver os problemas deste programa”, declarou o deputado, durante uma sessão plenária no Parlamento Nacional.

A deputada da bancada da Fretilin, Mariquita Soares, destacou que o programa de merenda escolar contribui significativamente para a melhoria da nutrição das crianças no país, mas a realidade mostra que os produtos utilizados nas merendas escolares muitas vezes não respeitam critérios de valor nutricional.

Em alguns casos, os produtos distribuídos, como inhame estragado, disse a deputada, não são apropriados para o consumo das crianças.

“Constato que o programa apresenta, por vezes, várias deficiências. Por isso, é necessário que a área da educação continue a realizar um controlo mais rigoroso na sua implementação”, reforçou.

A deputada da Fretilin, Cristina Yuri Ribello, também apelou ao Governo para continuar a dar prioridade elevada à questão da nutrição, considerando inclusive o fortalecimento de programas comunitários, como grupos de apoio às mães, garantindo o acesso a alimentos nutritivos, água potável e serviços de saúde em Timor-Leste.

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