A Ordem dos Médicos veio hoje a público reafirmar a sua “confiança nas vacinas aprovadas e apelam à serenidade de todos, num processo em que importa não perder de vista os benefícios da imunização para a saúde dos cidadãos e para a retoma económica dos vários países”.
Depois das notícias que vários países, incluindo Portugal, suspenderam a administração da vacina de Oxford, produzida pela AstraZeneca, o bastonário da Ordem dos Médicos e o gabinete de crise da Covid-19 da Ordem apresentam quatro argumentos para reafirmar a sua confiança na vacina.
1 – Eventos tromboembólicos nas pessoas vacinadas não são superiores ao da população em geral
1 – A Ordem dos Médicos usa a informação preliminar da Agência Europeia do Medicamento (EMA) para destacar que o número de “eventos tromboembólicos, que inclui a forma mais grave de tromboembolia pulmonar, nas pessoas já vacinadas não é superior ao identificado na população em geral”.
Em cerca de cinco milhões de pessoas vacinadas com a vacina de Oxford até ao dia 10 de março foram reportados 30 fenómenos tromboembólicos, o que corresponde a uma “incidência de 0,000006%, isto é, a 0,6 casos por cada 100 mil pessoas, quando na população em geral se registam normalmente 16 a 38 casos de tromboembolismo pulmonar por 100 mil pessoas a cada ano”.
2 – Vacinação está a começar pelos grupos mais idosos
A Ordem também destaca que “na maioria dos países, a vacinação está a começar pelos grupos dos mais idosos ou com mais comorbilidades, isto é, pelas pessoas mais doentes e mais frágeis, onde a incidência de eventos tromboembólicos já seria sempre superior à da população geral”.
Ao mesmo tempo, nos doentes internados com Covid-19 está “documentado um aumento significativo de eventos tromboembólicos”.
3 – Não existe relação de causa-efeito entre a vacina de Oxford e os fenómenos tromboembólicos
A Ordem dos Médicos também destaca que “não existe atualmente uma relação de causa-efeito entre a vacina de Oxford (AstraZeneca) e os já referidos fenómenos tromboembólicos”.
“Não está provado que os fenómenos tromboembólicos relatados foram provocados pela administração da vacina”, segundo a OM.
Uma eventual relação de casualidade está a ser investigada neste momento pelos “investigadores e peritos da EMA e da OMS”.
A Ordem recomenda que deve ser mantida uma “atitude de confiança e tranquilidade no que diz respeito ao plano nacional de vacinação e, nomeadamente, quanto à utilização da vacina de Oxford no combate à pandemia”.
Depois, a Ordem defende que o “processo de imunização deve ser conduzido com clareza e transparência e sabemos que alguns dias de pausa não comprometem a ação mundial”.
Mas a OM expressa a sua “grande preocupação com o impacto que as notícias divulgadas a nível europeu possam ter na adesão dos cidadãos às vacinas, e apela a que sejam divulgados os dados com enquadramento e contrapondo também os riscos e benefícios já conhecidos”.
Um desses dados que devem ser enquadrados é que a “infeção pelo SARS-CoV-2 no nosso país tem uma taxa de letalidade de 2%, e que sobe para cerca de 14% nas pessoas acima dos 80 anos”.
Desta forma, a Ordem rejeita decisões políticas sobre as vacinas, defendendo que as “decisões sejam técnicas, concertadas e apoiadas em autoridades como a EMA, a FDA e a OMS”.
“Aguardemos tranquilamente a decisão final da EMA e da OMS”, conclui a Ordem.
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