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Organização goesa quer antiga prisão portuguesa transformada em Museu

Os contestatários consideram que o complexo prisional de Aguada, que atualmente está a ser reparado e remodelado, deve ser apenas um museu dedicado à memória dos que lutaram pela liberdade e que estiveram aprisionados no forte que remonta à presença portuguesa no estado.
26 Fevereiro 2020, 21h42

A organização que representa os ex-guerrilheiros goeses estão a exigir a transformação da antiga prisão colonial portuguesa de Aguada num museu em memória dos que lutaram pela libertação do território, anexado pela Índia em 1961.

O atual governo de Goa pretende transformar uma antiga prisão colonial num museu em memória do antigo ministro da defesa Manohar Parrikar, falecido em 2019 e quatro vezes ministro-chefe do território, galardoado com o Padma Bhushan, a terceira maior condecoração entregue a civis na Índia.

Os contestatários consideram que o complexo prisional de Aguada, que atualmente está a ser reparado e remodelado, deve ser apenas um museu dedicado à memória dos que lutaram pela liberdade e que estiveram aprisionados no forte que remonta à presença portuguesa no estado.

Citado pela agência IANS, o porta-voz da organização Freedom Fighters de Goa, Damão e Diu, Nagesh Karmali, considerou que “o museu do forte de Aguada não deve ter nada que tenha acontecido depois de 1961” – ano em que Goa deixou de estar sob a alçada portuguesa, ao fim de cerca de 450 anos.

Os manifestantes defendem que as recordações presentes na exposição devem apenas estar apenas circunscritas a este período.

As declarações de Karmali surgem poucos dias depois do ministro dos Portos de Goa, Michael Lobo, ter afirmado que o complexo centenário iria albergar um museu dedicado a Parrikar, onde pertences como os seus chinelos estariam expostos.

Karmali argumentou que o forte representa as lutas dos ‘Freedom Fighters’ e as atrocidades que sofreram às mãos dos britânicos, tendo defendido que nenhuma personalidade do período pós-independência deveria ter um museu dedicado dentro ou nos arredores da estrutura.

“Se quiserem erigir memoriais ou museus para figuras eminentes, deveriam fazê-lo noutro lugar. Deixem que Aguada seja dedicada aos apenas aos heróis da liberdade”, acrescentou o porta-voz.

Parrikar morreu em março do ano passado, após uma longa batalha contra um cancro no pâncreas.

Construído no século XVII pelos portugueses com o intuito de ser um ponto costeiro em que os navios abasteciam, o forte de Aguada foi transformado numa prisão de alta segurança pela administração colonial.

Após 1961, a infraestrutura funcionou como um estabelecimento prisional central, tendo sido substituída por uma mais moderna, em Colvale, no distrito de Goa Norte.

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