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Órgãos de soberania vão receber as próximas vacinas. Ministros infetados ficam de fora

Assim, dos 12 ministros considerados prioritários, quatro não serão vacinados. São eles Ana Mendes Godinho, João Leão, Pedro Siza Vieira e João Gomes Cravinho. Renovação dos critérios de vacinação aos órgãos de soberania abrange mil responsáveis.
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28 Janeiro 2021, 18h10

Das mais de 386 mil doses das vacinas da Pfizer/BioNTech e Moderna que Portugal recebeu, já foram vacinadas 75 mil portugueses. Desses, 57.500 são profissionais de saúde que estão já imunizados contra a Covid-19, um valor que nas próximas semanas deverá chegar aos 73,5 mil uma vez que, segundo os dados do Governo, 16 mil profissionais de saúde aguardam pela segunda toma do fármaco.

Olhando para o calendário de vacinação, Portugal espera vacinar 810 mil pessoas até ao final de março graças à chegada prevista de 1,5 milhões de doses no primeiro trimestre das duas vacinas já aprovadas pela Agência de Medicamento Europeia (EMA) e cerca de 5 milhões no segundo trimestre. No total, Portugal acordou com a Pfizer/BioNTech e a Moderna a entrega de 30 milhões de doses.

O coordenador da task force do programa de vacinação em Portugal fez, esta quinta-feira, um ponto da situação do processo no país, anunciando que a vacinação será alargada, a partir de dia 1 de fevereiro, a pessoas com mais de 80 anos, independentemente do seu estado de saúde, as pessoas a partir dos 50 anos, quem têm insuficiência cardíaca, doença renal e doença respiratória e ainda cerca de mil pessoas dos órgãos de soberania.

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“Aquilo que está previsto, e tendo sido determinado que a execução do despacho do primeiro-ministro compete à task force, é que nas próximas semanas as vacinas que há para administrar a esse grupo serão suficientes para mil pessoas. O que será trabalhado nos próximos dias é perceber as prioridades indicadas por cada órgão”, afirmou Francisco Ramos, que falava em Lisboa durante a apresentação da atualização do plano de vacinação.

Em causa está a vacinação dos titulares de órgãos de soberania, altos cargos com funções no quadro do estado de emergência, responsáveis da proteção civil, Procuradoria-Geral da República e Ministério Público.

Questionado sobre os casos de ministros que estão infetados com o vírus SARS-CoV-2 ou já estiveram nos últimos meses, o coordenador da task force observou que a orientação é a mesma para o resto dos cidadãos, ou seja, “quem já teve a doença e já recuperou da doença não será vacinado nesta fase”.

Assim, dos doze ministros considerados prioritários (Economia, Negócios Estrangeiros, Presidência, Finanças, Defesa, Administração Interna, Justiça, Trabalho, Saúde, Ambiente e Infraestruturas), quatro não serão vacinados. São eles Ana Mendes Godinho, João Leão, Pedro Siza Vieira e João Gomes Cravinho.

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Com a renovação dos critérios de prioridade de vacinação, a task force identificou 498.131 pessoas nos centros de saúde (às quais se descontam as que foram vacinadas nos lares ou que estiveram infetados), que terão agora direito à vacina, por serem também considerados prioritários.

No final de março, Francisco Ramos espera ter cerca de 100 mil profissionais de saúde já vacinados, 90 mil dos quais já terminados, 50 mil do setor privado e social, dos quais 30 mil com vacinação completa. Do grupo de forças armadas, bombeiros, 40 mil vacinados, dos quais 21 mil completos. Todos os lares (utentes e funcionários) com vacinação completa e, depois, os restantes grupos com mais de 50, com 50% de vacinação completa e 50% completa já em abril. Do grupo que agora entra, com mais de 80, estima-se que mais de 300 mil tenha iniciado vacinação e cerca de metade já completa.

Em suma: 810 mil pessoas com vacinação completamente e 520 mil com a primeira toma feita.

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