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Os animais como complemento (ou alternativa) às terapias nos seres humanos

Quando se procuram soluções para a coexistência entre animais e seres humanos, eis uma de efeitos benéficos recíprocos, já aplicada em tantos países do mundo (estando mesmo regulamentada em alguns).
3 Agosto 2020, 07h15

O papel dos animais extravasa o mero companheirismo e conceito utilitário. Em diversos países e em Portugal ainda muito timidamente – a terapia assistida por animais é uma prática comum e crescente no auxílio de variadas situações clínicas dos seres humanos. Qualquer animal é um potencial auxiliar terapêutico, no entanto alguns são comumente mais utilizados do que outros e neste destaque encabeçam os cães – a denominada cinoterapia- pelas suas características temperamentais e de sociabilização.

Mas há outros animais frequentemente utilizados nas práticas terapêuticas, cujos benefícios nos pacientes são tanto psicológicos, como sociais, físicos e pedagógicos.

A exemplo, a terapia com cavalos, denominada hipoterapia: tem por principal objetivo aplicar as técnicas de equitação com fins terapêuticos em pessoas portadoras de deficiência física e mental. Na hipoterapia, há um efeito fisioterapêutico pela ação que o movimento do animal tem no corpo do cavaleiro-paciente, que ajuda a fortalecer a musculatura de doentes com limitações de funções motoras, como as que ocorrem frequentemente em pessoas com paralisia cerebral, esclerose múltipla ou espinha bífida. Os golfinhos são outro tipo de animais a que se recorre para igualmente estimular a musculatura deste tipo de pacientes, além de estar descrito que os mesmos ajudam a regular a frequência cardíaca de bebés de mulheres ainda gestantes. Mas também os coelhos, gatos, hamsters, chinchilas, periquitos, etc.) podem – e são – utilizados como agentes terapêuticos e sociais nas visitas a crianças e adultos internados ou institucionalizados.

E são múltiplos os benefícios e acções dos animais sobre o bem-estar e saúde dos seres humanos: a terapia assistida por animais tem demonstrado ser eficaz em casos de deficiência de desenvolvimento, como desordens neurológicas, ortopédicas e posturais; em casos de síndrome de Down; em distúrbios como psicoses, autismo, esquizofrenia, défices de atenção e de aprendizagem e ainda em situações de perturbações emocionais, de stress e de insónia. E como base explicativa destes efeitos está a própria neurofisiologia, traduzida por uma maior produção de endorfinas em contraponto com a diminuição do nível de cortisol no organismo e aumento da atividade nervosa parassimpática.

Em dias de tanta polémica revestida de agressividade contra pessoas que se destacam a cuidar e proteger animais e contra os próprios animais, sob uma capa antropocêntrica que resume os jogos de poder e subalternização na Natureza, seria pertinente equacionar a importância da sã convivência ecossistémica para a sobrevivência do planeta e reforçar os potenciais recursos dos animais direcionando-os para a própria humanidade, utilizando-os, por exemplo, em actividades ou terapias assistidas em variadas instituições, como lares, escolas, prisões, hospitais, casas de saúde, clínicas de reabilitação, entre outras, com resultados positivos comprovados por décadas de investigação.

Quando se procuram soluções para a coexistência entre animais e seres humanos, eis uma de efeitos benéficos recíprocos, já aplicada em tantos países do mundo (estando mesmo regulamentada em alguns).

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