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“Os estereótipos culturais são promotores das desigualdades de género”

A coordenadora do Serviço de Igualdade de Género, Mariana Bettencourt, explica que os estereótipos acompanham o homem e a mulher embora saliente que o maior peso discriminatório está na mulher.
7 Março 2018, 07h45

A coordenadora do Serviço de Igualdade de Género, Mariana Bettencourt, explica ao Económico Madeira, que os estereótipos culturais são promotores das desigualdades de género. Este organismo da Secretaria Regional da Inclusão e Assuntos Sociais realizou no último ano e meio 154 ações, que chegaram a 6450 pessoas, para discutir estas temáticas com diversas faixas da população.

Dando continuidade a este trabalho o organismo coordenado por Mariana Bettencourt organiza esta quarta-feira, em parceria com a FNAC, uma tertúlia que junta 20 mulheres, com o objetivo de promover junto das mulheres a ideia de que a igualdade de oportunidades está ao alcance de todos.

“A tertúlia vai abordar o empoderamento (dar poder através do exemplo) da mulher”, explica Mariana Bettencourt. A iniciativa vai juntar mulheres de áreas em que a sua presença é pouco representativa ou que sejam figuras que se destaquem nas suas áreas de trabalho e/ou formação.

Mariana Bettencourt refere que os estereótipos acompanham “tanto o homem como a mulher” apesar de explicar que o “maior peso discriminatório” está na mulher.

Esses estereótipos culturais, explica Mariana Bettencourt, estão em situações como por exemplo as raparigas vestirem de cor-de-rosa e os rapazes de azul, nos cacifos da escola em que os rapazes têm um dragão e as raparigas têm uma fada, em que nas brincadeiras os rapazes têm legos e carros e as raparigas têm bonecas e utensílios de cozinha, nos recreios os rapazes têm futebol e as raparigas têm o saltar à corda.

Essas situações estão também no ensino com as áreas da engenharias e a informática ligadas aos rapazes e as humanidades e a enfermagem às raparigas.

Mariana Bettencourt realça que é importante “se falar e promover” a igualdade de género.

“A igualdade de género é para o homem e para a mulher”, acrescenta. Mariana Bettencourt diz que é preciso abordar estas questões “sem radicalismo e evitar os extremismos”.

“É importante existir cidadania. Esta combate as assimetrias”, destaca a coordenadora do Serviço de Igualdade de Género.

O Serviço de Igualdade de Género já promoveu, ou desenvolve, várias iniciativas ligadas a esta temática.

Mariana Bettencourt realça que o serviço pretende desenvolver iniciativas em todas as escolas do 1º ciclo, da Região Autónoma, ligadas à igualdade de género. Nesta altura as escolas de Câmara de Lobos já foram cobertas.

Este organismo da Secretaria Regional já desenvolveu várias iniciativas também junto dos núcleos locais de inserção, em organizações não governamentais sobre igualdade de género, e no desporto, como explica Mariana Bettencourt.

O Serviço de Igualdade de Género, no âmbito da sua atividade, e como forma de discutir este assunto, já promoveu ainda workshops e formação junto dos lares de idosos.

Mariana Bettencourt refere ainda que já foram introduzidos módulos curriculares sobre igualdade de género no Instituto Superior de Administração e Línguas (ISAL), na Universidade da Madeira (UMa), e na Escola São José de Cluny.

É destacado ainda por Mariana Bettencourt o dia da igualdade de género em que se desenvolveu uma iniciativa, sobre esta temática, que envolveu em simultâneo 20 estabelecimentos de ensino do 3º ciclo.

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