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Os grandes números da Greenvolt, a renovável que a Altri quer por em bolsa

Um ‘pipeline’ de 3.6 gigawatts em capacidade solar e ‘onshore’ eólica e zero dividendos para poder dedicar os recursos para um crescimento rápido que requer investimento de até 1.800 milhões de euros. Estes são alguns dos grandes números apresentados por João Manso Neto no Capital Markets Day da Greenvolt esta terça-feira.
8 Junho 2021, 18h15

Passados 82 dias do anúncio da Altri que mandatou a Vieira de Almeida e o banco de investimento Lazard para estudar a admissão à cotação na Euronext Lisbon da Greenvolt, a subsidiária para as energias renováveis, o “estudo ainda decorre”, afirmou esta terça-feira o CEO João Manso Neto.

O ex-CEO da EDP Renováveis contratado para liderar a Greenvolt numa fase de crescimento acelerado não poupou, durante o Capital Markets Day, nos detalhes sobre os planos da empresa até 2025. Leia aqui um resumo dos principais números da ‘estrela’ ascendente do grupo de Paulo Fernandes:

A Greenvolt (antiga Bioelétrica da Foz) hoje:

  • Líder de mercado de produção de energia sustentável a partir de biomassa com quota de mercado de 48%
  • Tem cinco plantas de biomassa, com 98 megawatts (MW) em capacidade de injeção
  • 33 milhões de euro EBITDA regulado em 2020, ano em que registou receitas de  90 milhões de euros, um ritmo de crescimento anual composto de 33% entre 2018 e 2020
  • Assinou na segunda-feira acordo para compra a Tilbury Green Power Holdings Limited, titular de uma central de produção de energia renovável a biomassa com capacidade de produção de 42 MW e que se encontra em pleno funcionamento, localizada no porto de Tilbury, em Essex, Inglaterra

Plano de crescimento do pipeline

  • Quer ser uma plataforma para a expansão de tecnologias complementares: com um pipeline total de cerca de 3.6 gigawatts de capacidade em energia solar e eólica on-shore, dos quais 710 MW em Portugal, incluindo 170 MW na Roménia,  2.140 MW na Polónia e 610 ME na Grécia.0
  • Tem ainda projetos em fases iniciais de desenvolvimento de 1.210 MW em França e 420 MW em Itália.

Estratégia de rotação de ativos:

  • Num ciclo de desenvolvimento que deverá levar a Greenvolt a atingir um portefólio operacional de 1,1 GW em 2025, o objectivo é de ‘farm down‘, ou seja rodar 70% a 80% dos ativos.
  • O objetivo é de aproveitar as condições favoráveis no mercado, mas ao mesmo tempo reter valor no balanço.

Ambição de crescimento a partir de “sólidas fundações financeiras”:

  • A Greenvolt informou que no final de 2020 tinha uma alavancagem financeira de 1 x o EBITDA, o que dá forte estpaço de manobra para investimentos no futuro.
  • A empresa projeta uma taxa composta de crescimento anual de cerca de 40% no EBITDA até 2025, com o resultado líquido a crescer ao mesmo ritmo.
  • Seguindo uma “política financeira conservadora”, espera chegar ao final de 2025 com um rátio de dívida líquida/EBITDA de entre 3,5 vezes e 4 vezes.

Zero dividendos, para permitir crescimento acelerado:

  • Com 200 milhões disponíveis em linhas de crédito, metade dos quais ainda não usados, a empresa liderada por Manso Neto diz que tem espaço para mais financiamento via project finance, pois tem uma alavancagem limitada, e através da rotação de ativos.
  • Depois do IPO em 2021, a empresa não espera precisar de mais capital dos acionistas.
  • Não vai pagar dividendos aos acionistas até 2025, porque quer aproveitar as oportunidades de crescimento.
  • Investimento total de 1,5 mil milhões a 1,8 mil milhões para financiar plano de desenvolvimento, com foco total do uso de cash no crescimento.
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