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Oxfam: 1% mais ricos do mundo são responsáveis por mais do dobro das emissões poluentes do que 50% mais pobres

O relatório alertou ainda para o consumo excessivo do carbono por parte dos mais ricos, assumindo que estes estão a esgotar o “orçamento de carbono” mundial, sustentando que este é “finito”.
  • David Gray/Reuters
21 Setembro 2020, 12h37

A população mais rica do mundo foi responsável pelo dobro das emissões de dióxido de carbono do que metade da população mundial mais pobre, avança uma nova investigação da Oxfam e Instituto Ambiental de Estocolmo citada pelo “The Guardian”. Em análise estiveram as emissões mundiais entre 1990 e 2015.

No período em análise de 25 anos, as emissões de dióxido de carbono aumentaram 60%, mas o aumento das emissões por parte da população mais rica, conhecidos por 1%, foi três vezes superior ao crescimento das emissões por parte da metade mundial mais pobre. O relatório alertou ainda para o consumo excessivo do carbono por parte dos mais ricos, assumindo que estes estão a esgotar o “orçamento de carbono” mundial, sustentando que este é “finito”.

De acordo com o estudo, a concentração das emissões nas mãos do 1% significa que o mundo está a caminhar para uma catástrofe climática, piorando a vida de milhões de pessoas. “O orçamento global de carbono foi desperdiçado para expandir o consumo dos que já são ricos, em vez de melhorar a Humanidade”, esclareceu Tim Gore, chefe de política, advocacia e investigação da Oxfam Internacional.

Segundo o estudo, 10% da população mais rica, que compreende 630 milhões de pessoas, foram responsáveis por 52% das emissões globais durante o período em análise. No relatório, a Oxfam argumenta que é injusto continuar a permitir que os mais ricos emitam muito mais emissões do que os que vivem na pobreza.

Tim Gore apontou que o transporte é um dos principais impulsionadores do crescimento das emissões de dióxido de carbono, uma vez que os mais ricos têm mostrado uma tendência crescente para adquirir veículos de alta cilindrada, que emitem mais carbono, como os SUV e jatos privados.

A Oxfam International afirmou que é preciso impor mais impostos sobre os luxos com alto teor de carbono, de forma a canalizar o investimento para alternativas de baixo carbono e com o intuito de melhorar a vida dos mais pobres. “Não se trata de pessoas que têm férias em família por ano, mas sim de pessoas que fazem voos de longa distância todos os meses, e é um grupo bastante pequeno de pessoas”, disse o chefe de investigação da Oxfam ao “The Guardian”.

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