Portugal precisa de uma estratégia para a economia circular para não perder o comboio da Europa, numa altura em que o país já esgotou os seus recursos naturais para 2025. A mensagem foi transmitida por Ana Matos Almeida, presidente da Circular Economy Portugal, no tema ‘o papel das políticas públicas’, inserido na conferência “O Futuro é Circular” organizado pelo Jornal Económico, em parceria com a Aquapor e a Central de Biomassa do Fundão, que decorre no ISEG em Lisboa, esta terça-feira.
“Não temos uma estratégia nacional para a economia circular e isso faz com que exista uma ausência de financiamento adequado e de metas claras e objetivas”, referiu, salientando que o Estado tem um papel fundamental e multifacetado.
Uma dessas metas passa por uma mudança cultural, sendo importante que toda a sociedade viva com uma reutilização dos recursos. “Acho que é importante existirem iniciativas e as empresas têm esse papel, mas tem de haver uma contribuição de todos os stakeholders“, afirmou.
Como tal, a presidente da CEP, defende que enquanto promotor, falta ao Estado financiamento e incentivos fiscais para promover a educação e sensibilização.
“Temos também o Estado como empregador e consumidor que tem de assumir um papel mais preponderante na implementação da redução de resíduos nas suas infraestruturas e critérios ambientais mais concretos”, realçou.
Ana Matos Almeida sublinhou que na União Europeia já existe um plano para a economia circular que vai ser divulgado em 2026 e que assenta em quatro pilares: redução dos recursos, prolongamento do produto e fechar o ciclo com a reciclagem e depois a regeneração dos recursos.
O problema, aponta a responsável é que o foco não está nesses quatro alicerces. “É como uma casa, se só um pilar sustentar a casa existe um desequilíbrio”, referiu.
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