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Países Baixos acusam Rússia de usar armas químicas

O seu uso é alegadamente “generalizado”, diz o ministro da Defesa neerlandês, com base na Inteligência militar do seu país. Ministro pede sanções mais duras contra o país agressor.
4 Julho 2025, 10h00

As agências de inteligência neerlandesa e alemã reuniram evidências do uso generalizado de armas químicas proibidas pela Rússia na Ucrânia, incluindo o lançamento por via de drones de um agente sufocante supostamente utilizado para expulsar soldados das trincheiras. O ministro da Defesa dos Países Baixos, Ruben Brekelmans, pediu sanções mais duras contra Moscovo.

“A principal conclusão é que podemos confirmar que a Rússia está a intensificar o uso de armas químicas”, disse o ministro à agência “Reuters”. “Essa intensificação é preocupante porque faz parte de uma tendência que temos observado há vários anos, na qual o uso de armas químicas pela Rússia nesta guerra está a tornar-se normalizado, padronizado e disseminado.”

A agência de inteligência alemã, a BND, confirmou as evidências, afirmando em comunicado que obteve as provas juntamente com a sua congénere neerlandesa. O chefe da Agência de Inteligência Militar Holandesa (MIVD), Peter Reesink, disse que as conclusões foram resultado da “nossa própria inteligência e das nossas próprias investigações”.

Já antes, os Estados Unidos haviam acusado a Rússia de usar cloropicrina, um composto químico mais tóxico que agentes antimotim e usado pela primeira vez pela Alemanha durante a Primeira Guerra Mundial, em maio do ano passado. Também a Ucrânia alega ter conhecimento de milhares de casos de uso de armas químicas pela Rússia.

O Ministério da Defesa da Rússia não respondeu a um pedido de esclarecimento da Reuters, mas anteriormente o país negou o uso de munições ilegais e acusou a Ucrânia de o fazer. Maria Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, disse esta semana que o Serviço Federal de Segurança descobriu um esconderijo ucraniano de dispositivos explosivos no leste do país contendo cloropicrina. A Ucrânia nega.

A Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), uma agência de desarmamento sediada Haia e com 193 Estados-membros, disse no ano passado que as acusações iniciais feitas por ambos os países eram “insuficientemente fundamentadas”. Não foi solicitada a realização de uma investigação completa, que deve ser iniciada pelos Estados-membros.

Rússia é membro da Organisation for the Prohibition of Chemical Weapons (OPCW) e, assim como os Estados Unidos, destruiu os seus stocks declarados de armas químicas. Mas as agências militares e de inteligência neerlandesas dizem ter descoberto evidências concretas da intensificação da sua produção pela Rússia.

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