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Pandemia e falta de apoio do governo pode levar Norwegian Air a abrir falência

A companhia norueguesa ficou com uma dívida incomportável depois de encomendar 222 aeronaves em 2012, que era até então o maior pedido da história da aviação europeia.
Norwegian Air
11 Novembro 2020, 16h41

A Norwegian Air está à beira da falência devido à pandemia da Covid-19, revela a “CNN”, após a companhia aérea norueguesa ter sido obrigada a aterrar a maioria da sua frota e a dispensar quase todos os trabalhadores por o segundo apoio financeiro ter sido negado.

A Norwegian Air é mais uma das companhias aéreas do setor da aviação que se encontra em risco, uma vez que a procura continua em mínimos. “A Norwegian depende do capital disponível para continuar a operar no primeiro trimestre de 2021 e na posterioridade”, apontou a companhia na divulgação dos últimos resultados financeiros.

Ainda que não seja uma ‘morte’ certa, as ações da companhia aérea, que se encontra altamente endividada, entraram em colapso e as reservas de dinheiro disponível em caixa estão quase a esgotar-se, depois do último resgate financeiro ter acontecido em março, no início da pandemia. A companhia aérea assumiu estar perante uma “situação desafiante”, após o governo norueguês negar a sua assistência financeira.

Após a decisão do governo, o CEO da companhia aérea, Jacob Schram, apontou que esta era “muito dececionante” e que se trata de “uma chapada na cara”. “É impossível entender como alguém consegue chegar a uma conclusão tão diferente”, acrescentou o CEO, referindo-se que todas as companhias aéreas estão a ser ajudadas pelos seus respetivos governos.

Caso não receba o apoio financeiro, que já foi negado, o CEO apontou que não iria excluir qualquer decisão. “Isso envolve falência e demissões”, disse ainda.

A companhia norueguesa ficou com uma dívida incomportável depois de encomendar 222 aeronaves em 2012, que era até então o maior pedido da história da aviação europeia. A estratégia levou a que a companhia aérea contraísse dívidas, sendo que a pandemia agravou ainda mais as contas.

Os dados financeiros da empresa mostram que a companhia aérea só operou 25 dos 140 aviões que detém durante o terceiro trimestre, e que o número de passageiros passou para um milhão, a partir dos 10,5 milhões de passageiros que transportaram durante igual período de 2019.

O prejuízo operacional do terceiro trimestre foi de 2,8 mil milhões de coroas norueguesas (262 milhões de euros), enquanto a receita caiu 91% face ao ano anterior para 1,3 mil milhões de coroas norueguesas (121,8 milhões de euros). A liquidez da companhia aérea caiu para 3,4 mil milhões de coroas (318 milhões de euros) no final de setembro.

O CEO da Norwegian Air já assumiu que os custos da companhia aérea são incomportáveis e que os despedimentos vão continuar, sendo que também irão continuar a retirar aeronaves de serviço e que irão reduzir o número de rotas domésticas. “A empresa está a avaliar os efeitos da atual situação, com o objetivo de salvaguardar o interesse de todas as partes envolvidas”, disse.

Na passada segunda-feira, as ações da companhia aérea caíram 13%, tendo perdido mais de 98% do seu valor desde o início da pandemia. Os analistas da Bernstein Research já referiram que a falta de apoio por parte do governo conjugadas com as medidas de confinamento contínuas ameaçam o futuro da empresa. “Existe pouca esperança de recuperar qualquer património deste negócio”, escreveram os analistas.

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