A terra tremeu e fez-se silêncio no piso -1 do nº 3 da Praça Marquês de Pombal, em Lisboa. A visita à Coleção de Fotografia novobanco ficou momentaneamente suspensa. B.B. King, no retrato de Andres Serrano, manteve o semblante fechado, o olhar em direção ao céu. Nada mudou de sítio.
As 52 fotografias do artista norte-americano que compõem a série “Des Américains II”, permaneceram no seu lugar. Os 52 rostos de uma América dividida desde o 11 de setembro não tremeram quando o sismo de magnitude 4,7 se fez sentir, esta segunda-feira, 17 de fevereiro, na região de Lisboa.
Tiradas entre 2002 e 2004, as imagens que Serrano fixou em magistrais impressões saturadas colocam, lado a lado, gente famosa e desconhecida. Um líder do Ku Klux Klan de frente para um emigrante mexicano. Sem-abrigo, militares, enfermeiros, padres, body-builder’s. Todos ostentam a mesma pose e expressão grandiosas. Provocação? Provavelmente, pois muitas vezes esse é o ‘sal’ que Serrano coloca nas suas reflexões sobre o indivíduo contemporâneo e as contradições da sociedade americana. Sobre a essência e o mito do “sonho americano”.
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