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Partido comunista chinês exige lealdade ao setor privado à medida que a pressão externa aumenta

Citando riscos crescentes, valores e interesses diversificados entre os empresários, o partido emitiu diretrizes na noite de terça-feira, dia 16 de setembro, onde aconselha as empresas privadas sobre como se devem posicionar politicamente.
16 Setembro 2020, 11h46

O Partido Comunista da China está a exigir uma demonstração de maior lealdade do setor privado. A segunda maior economia do mundo enfrenta crescentes riscos externos, da hostilidade aberta dos Estados Unidos à pandemia de Covid-19, segundo a “Reuters”.

Nos últimos anos, o partido tem procurado apertar o controlo sobre as empresas privadas, assumindo participações em empresas não-estatais ou colocando membros do partido em grandes empresas. O presidente do partido, Xi Jinping, tem repetidamente prometido apoiar o setor que considera fundamental para o crescimento e para a criação de empregos.

Citando riscos crescentes, valores e interesses diversificados entre os empresários, o partido emitiu diretrizes na noite de terça-feira, dia 16 de setembro, onde aconselha as empresas privadas sobre como se devem posicionar politicamente.

Os empresários devem “manter a consistência alta” com o partido em relação aos aspetos políticos, direção e princípios, dizem as diretrizes publicadas pela agência de notícias oficial “Xinhua”.

“Devemos construir uma equipa de base de pessoas na economia privada que possa ser confiável e usada em momentos críticos”, lê-se no documento consultado pela “Reuters”

O partido também encorajou as empresas privadas a participarem nas reformas das empresas estatais e na iniciativa ‘Belt and Road’, ao mesmo tempo que prometeu melhorar o ambiente de negócios entre elas.

As empresas privadas chinesas, antes vibrantes, estão a lutar para evitar o impacto do vírus, apesar das promessas do governo de aumentar o crédito e o apoio fiscal, e abrir mais setores dominados pelo estado.

A escalada de tensões com os Estados Unidos e a pandemia aumentaram as preocupações entre as empresas privadas sobre o seu ‘status’ político, disse Xin Sun, um professor de negócios chineses e do Leste Asiático no King’s College London.

“Como resultado, muitos proprietários de empresas privadas tornam-se menos confiantes nas perspetivas económicas da China e, presumivelmente, também no futuro do regime comunista”, disse Sun.

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