O Partido Comunista Chinês (PCC) anunciou hoje a expulsão de dois altos representantes da formação política por “graves violações da disciplina do Partido e da lei”.
De acordo com comunicados da Comissão Central de Inspeção Disciplinar (CCDI), o principal órgão anticorrupção interno do PCC, e da Comissão Nacional de Supervisão, seu equivalente estatal, Xu Xianping, ex-vice-ministro da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (CNDR), e Wang Jianjun, ex-vice-presidente da Comissão Reguladora do Mercado de Valores (CSRC), transformaram o poder público numa “ferramenta para benefício pessoal” por meio de redes de troca de favores e dinheiro.
Xu Xianping, 70 anos, ex-vice-ministro do principal órgão de planeamento económico do país, foi acusado de aceitar subornos, oferecer promoções e ajustes de cargos em troca de favores, bem como de receber presentes, serviços de decoração e viagens pagas por entidades sob sua supervisão.
A CCDI apontou que Xu “perdeu os seus ideais” e “violou os princípios de integridade política e administrativa”.
Já Wang Jianjun, ex-vice-presidente do regulador do mercado de ações, foi acusado de aceitar “grandes somas de dinheiro e objetos de valor”, e de ter interferido indevidamente em processos de cotação e financiamento de empresas, usando a influência para favorecer familiares.
Wang Jianjun foi ainda acusado de participar de banquetes que poderiam afetar a imparcialidade e de resistir a investigações internas.
Wang, de 57 anos, era vice-presidente do órgão regulador desde 2021 e anteriormente dirigiu a Bolsa de Valores de Shenzhen, onde impulsionou em 2020 a reforma do índice tecnológico ChiNext, considerado um dos mais relevantes do setor. A demissão ocorreu em maio, um mês após o início da investigação disciplinar.
Ambos os funcionários foram destituídos de todos os cargos públicos, expulsos do partido e os respetivos ganhos ilícitos serão confiscados. Os casos foram remetidos ao Ministério Público para eventual processo criminal.
A campanha anticorrupção no sistema financeiro ocorre depois do Presidente chinês e secretário-geral do Partido Comunista, Xi Jinping, afirmar que o país deve tornar-se uma “superpotência financeira” num contexto de “desacoplamento” com os Estados Unidos.
Só no último ano, as autoridades chinesas investigaram dezenas de altos funcionários, entre eles Yi Huiman, presidente do regulador da bolsa entre 2019 e 2024, também acusado de infrações disciplinares.
Após a chegada ao poder em 2012, Xi Jinping iniciou uma campanha anticorrupção na qual vários altos funcionários chineses, tanto institucionais quanto de empresas estatais, foram condenados por aceitar subornos milionários.
Nos últimos meses, esta campanha estendeu-se a setores como o financeiro, tabaco, energético, desportivo e farmacêutico.
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