O Partido Comunista Chinês (PCC) aprovou este sábado, 22 de outubro, no encerramento do 20.º Congresso uma emenda que cimenta o controle de ferro de Xi Jinping sobre o partido e um novo Comité Central que se destaca pela ausência de dois nomes importantes sem laços de longa data com o poderoso líder.
O Comité Central de 205 membros do partido, eleito pelos 2.000 delegados no final da reunião de uma semana, não inclui o primeiro-ministro Li Keqiang, nem o antigo vice-primeiro-ministro. Wang Yang, apontado como um potencial sucessor do primeiro-ministro, que vai deixar o cargo em março.
A Reuters noticia que, tanto Li, como Wang, têm 67 anos, sendo elegíveis, segundo as normas. Ambos têm laços com a Juventude Comunista, que especialistas em questões chinesas dizem ter perdido poder sob o consulado de Xi.
O facto indicia, segundo analistas citados pela Reuters, que o Comité Permanente do Politburo, de sete membros, cuja composição será revelada este domingo, deverá estar cheio de leais a Xi.
Xi, de 69 anos, é reconduzido, como se esperava, para um inédito terceiro mandato de cinco anos que solidifica o seu lugar como o governante mais poderoso da China desde Mao Zedong, o fundador da República Popular.
A Lusa noticia que o texto da emenda à carta magna não foi divulgado imediatamente, mas, antes da sua aprovação, um locutor referiu os motivos por detrás da decisão, mencionando repetidamente Xi e os seus “feitos” na modernização das Forças Armadas e da economia e no reforço da autoridade do Partido.
Nos seus breves comentários finais, Xi apontou que a revisão “estabelece requisitos claros para manter e fortalecer a liderança geral do Partido”.
No congresso anterior, em 2017, o PCC elevou já o estatuto de Xi ao consagrar as suas ideias – conhecidas como “Pensamento de Xi Jinping” – na sua carta magna, lembra a agência de notícias portuguesa. A elevação do seu pensamento ideológico torna qualquer crítica às diretrizes de Xi num ataque direto ao Partido e sinaliza amplo apoio ao líder chinês entre a elite política do país, segundo observadores.
O relatório de trabalhado lido por Xi na sessão de abertura do congresso, há uma semana, mostrou a sua determinação em permanecer no rumo atual, perante os desafios internos e externos.
Xi emergiu durante a sua primeira década no poder como um dos líderes mais fortes na História moderna da China, quase comparável a Mao Zedong, o fundador da República Popular, que liderou o país entre 1949 e 1976. O terceiro mandato de Xi quebra o limite não oficial de dois mandatos, que foi instituído para tentar evitar os excessos do poder absoluto que marcaram o reinado de Mao.
A Reuters dá ainda conta de que durante a cerimónia de encerramento do congresso este sábado, o antecessor imediato de Xi, Hu Jintao, que estava sentado ao lado dele, foi inesperadamente escoltado para fora. Hu Jintao, de 79, parecia um pouco instável no último domingo, quando foi ajudado a subir no palco para a cerimónia de abertura, escreve a agência.
O 20.º congresso terminou com uma banda militar a tocar o hino comunista “A Internacional”.
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