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Partido Comunista da Venezuela regressa a aliança partidária que apoia presidente Maduro

O anúncio foi feito aos jornalistas por Henry Parra, líder da nova direção do PCV, nomeado recentemente pelo Supremo Tribunal de Justiça (STJ), numa decisão fortemente contestada pelo ex-líder, crítico do regime de Maduro.
21 Agosto 2023, 20h31

O Partido Comunista da Venezuela (PCV) anunciou hoje, após afastamento da anterior direção por via judicial, que vai regressar ao Pólo Patriótico, aliança de partidos que apoiam o Governo do presidente Nicolás Maduro.

O anúncio foi feito aos jornalistas por Henry Parra, líder da nova direção do PCV, nomeado recentemente pelo Supremo Tribunal de Justiça (STJ), numa decisão fortemente contestada pelo ex-líder, crítico do regime de Maduro.

“Nestes processos revolucionários não há meios-termos. Ou se está neste lado do passeio ou se está do lado de lá. Não há meio termo (…) Nós vamos (regressar) ao Grande Pólo Patriótico (GPP). Somos do GPP, de onde nunca devíamos ter saído”, disse Henry Parra.

O novo presidente do PCV explicou que o regresso ao GPP será “o mais brevemente possível” e que “todos os camaradas de cada região terão de se juntar ao GPP”.

Por outro lado, explicou que os comunistas “não podem estar à margem dos partidos de esquerda da Venezuela” e que “devem estar unidos para enfrentar o império e a extrema direita”.

Sublinhou também que a militância do PCV está reduzida a 20% devido à atuação da anterior direção e que é primordial resgatar cada um dos camaradas do partido.

O novo presidente do PCV explicou ainda que acorreu ao STJ por considerar que a nomeação de uma nova direção, durante o último congresso do partido foi ilegítima e ilegal, e que o seu sucessor tinha feito uma limpeza interna excluindo a participação de outras correntes.

Acusou ainda a direção do partido de se ter transformado em anti-Chavista e depois anti-Nicolás Maduro e de coincidir no discurso com a principal candidata ás primárias opositoras, Maria Corina Maduro, que os comunistas dizem ser de “extrema direita”.

Em 12 de agosto último, o STJ informou que interveio no PCV e nomeou um conselho de administração que será presidido por Henry Parra.

No resumo da sentença, divulgada no ‘site’, o tribunal admitiu um recurso de 10 de julho em que um grupo de cidadãos diz que a direção do PCV era ilegal e que se distanciou dos princípios da organização.

O tribunal nomeou “o conselho de administração ‘ad hoc’ da organização, para que, em conformidade com os seus estatutos e a Constituição da República Bolivariana da Venezuela, organize os processos democráticos internos que garantam os direitos de participação política dos seus membros”.

O tribunal nomeou ainda Sixto Rodríguez, Griseldys Herrera, Carlos Figueroa, Joahan Corasce e Robinson Garcia, como secretários.

Ao conhecer a decisão o secretário-geral cessante do partido, Óscar Figuera, deu uma conferência de uma imprensa em que acusou o tribunal “violar o marco constitucional e os estatutos do PCV”.

Óscar Figuera acusou ainda o tribunal de “tentar silenciar as vozes” que se opõem “à política neoliberal” de um regime que está a abrir as portas “aos setores do capital e da direita”.

Nos últimos anos, o STJ aplicou medidas de intervenção aos partidos Pátria Para Todos, Podemos, Copei, Ação Democrática, Vontade Popular, Primeiro Justiça, Bandeira Vermelha, Tupamaros, Min Unidade, a maioria deles da oposição.

Fundado em 05 de março de 1931, O Partido Comunista da Venezuela é de ideologia marxista-leninista. É também o partido mais antigo do país e apoiou o falecido Presidente socialista, Hugo Chávez, chefe de Estado entre 1999 e 2013, e a revolução bolivariana.

No entanto, nos últimos anos, tem sido crítico do Governo do Presidente Maduro.

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