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Paschal Donohoe leva a melhor perante Nadia Calviño e é eleito presidente do Eurogrupo

Mário Centeno passa a pasta ao irlandês, que assume funções na segunda-feira, mas a primeira reunião sob a sua presidência apenas terá lugar em setembro. A eleição desta quinta-feira decorreu de forma eletrónica e secreta. No final da reunião, o ministro das Finanças de Malta agradeceu em nome do grupo o trabalho do ex-homólogo português ao longo dos últimos dois anos e meio.
9 Julho 2020, 18h25

O ministro das Finanças da Irlanda, Paschal Donohoe, foi eleito esta quinta-feira presidente do Eurogrupo na segunda volta, sucedendo a Mário Centeno na liderança do grupo informal dos titulares das finanças da zona euro. Numa disputa com a espanhola Nadia Calviño e o luxemburguês Pierre Gramegna, o irlandês levou a melhor para o mandato de dois anos e meio, face à homóloga espanhola, também apontada como uma das favoritas há vários meses.

“O Eurogrupo elegeu hoje Paschal Donohoe, ministro das Finanças e da Despesa Pública & Reformas da Irlanda, como presidente do Eurogrupo, de acordo com o protocolo 14 dos tratados da União Europeia”, anunciou o grupo em comunicado, após a reunião que arrancou às 14 horas de Lisboa.

Paschal Donohoe diz-se “profundamente honrado” e “ansioso” em trabalhar com todos os “colegas do Eurogrupo nos próximos anos para garantir uma recuperação justa e inclusiva para todos, à medida que enfrentamos os desafios futuros com determinação”, escreveu numa publicação no Twitter.

A eleição desta quinta-feira decorreu de forma eletrónica e secreta, mas era necessária uma vitória por maioria simples. Nenhum dos candidatos conseguiu obter os 10 votos necessários logo na primeira votação, pelo que foi necessário proceder a uma segunda volta, na qual Pierre Gramegna só já defrontou Nadia Calviño, que era apoiada por Portugal, França, Itália e Alemanha.

O vice-presidente da Comissão Europeia Valdis Dombrovskis já se manifestou e parabenizou o ministro das Finanças da Irlanda, que assumiu funções em junho de 2017. “Está a assumir o cargo de capitão num navio que enfrenta condições de tempestade, mas estou convicto de que sob a sua hábil administração, o Eurogrupo irá executar e tomar as decisões rápidas e decisivas que precisamos neste momento”, disse numa publicação no Twitter.

Nadia Calviño, que viu a vitória fugir-lhe na segunda volta também já parabenizou o adversário, garantindo estar expectante para trabalharem em conjunto com o objetivo de alcançarem “uma recuperação robusta que não deixa ninguém para trás”.

O sucessor de Mário Centeno assume funções na segunda-feira, mas a primeira reunião sob a sua direção apenas está prevista para setembro.

Mário Centeno anunciou em junho que não se iria recandidatura a um segundo mandato, ao abandonar o cargo de ministro das Finanças de Portugal e candidataram-se ao lugar os três ministros, que acolheram diferentes apoios dos países europeus.  O (agora) candidato a governador do Banco de Portugal tinha sido eleito presidente do Eurogrupo a 4 de dezembro de 2017, sucedendo a Jeroen Dijsselbloem, numa disputa contra o luxemburguês Pierre Gramegna na segunda volta, da qual se sagrou vencedor, depois da desistência da Letónia e da Eslováquia.

Tinha como desafios no mandato de dois anos e meio proceder à avaliação da implementação de reformas estruturais nos Estados-membros, bem como garantir políticas orçamentais sólidas e acompanhamento da situação orçamental da área do euro no seu conjunto, mas propôs-se a avançar na reforça da zona euro, quando começou a exercer o mandato a 12 de Janeiro de 2018. A reforma da zona euro não foi alcançada, mas os últimos meses de Centeno na Europa ficou marcado pela aprovação pelo Eurogrupo – após muitas negociações – de um pacote de apoio à economia no contexto da crise.

Segundo o porta-voz do Eurogrupo, numa publicação no Twitter, o mais antigo ministro do Eurogrupo, Edward Scicluna (Malta) fez um discurso de agradecimento em nome do grupo ao trabalho de Mário Centeno ao longo dos últimos dois anos e meio.

(Atualizado às 18h56)

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