Passe Ferroviário Verde entrou em vigor. Como funciona?

Entrou esta segunda-feira, dia 21 de outubro, em vigor o passe ferroviário verde da CP, um passe prometido pelo Governo de Luís Montenegro. Este passe veio substituir o atual passe ferroviário nacional.

Segundo um estudo realizado pela CP, é previsto que esta medida chegue a cerca de 30 milhões de passageiros num ano.

Mas como é que este passe ferroviário funciona?

Qual o valor?

Para adquirir este passe é necessário comprar o cartão CP+, que tem um preço de seis euros. Os estudantes também têm direito ao cartão por um preço de três euros.

Posteriormente à compra do cartão é só necessário carregar o passe, que tem o custo de 20 euros mensais. No entanto, também pode ser adquirido para 60 dias, por um custo de 40 euros e por 90 dias por 60 euros.

A empresa pede atenção, porque à semelhança dos restantes passes já existentes, este também tem validade por 30 dias consecutivos a partir da data da sua aquisição.

Onde se pode utilizar o passe?

Este pode ser utilizado nos comboios da CP por residentes em Portugal, nomeadamente Intercidades (2ª classe), Regionais, InterRegionais (2ª classe), urbanos de Coimbra, Lisboa e Porto, que estejam fora das Áreas Metropolitanas.

Isto é, o passe vai ser válido nas linhas que não são abrangidas pelos passes intermodais metropolitanos, como o Navegante (Lisboa) e o Andante (Porto), que têm um preço máximo de 40 euros por mês.

Desta forma, pode ser utilizado na linha Carregado-Azambuja; Vila das Aves-Guimarães; Paredes-Marco de Canaveses; Paramos-Aveiro; Lousado-Braga.

Para ser utilizado nos serviços Intercidades é necessária uma reserva obrigatória de lugar com uma antecedência de 24 horas, que pode ser feita nas bilheteiras da CP ou nas máquinas de venda automática de Lisboa.

Quantas vezes pode ser utilizado?

Nas viagens de Intercidades é possível reservar, no máximo, dois lugares para viagens distintas por dia.

Onde não pode ser utilizado?

Este passe não pode ser utilizados no Alfa Pendular, Internacional Celta, nem nas primeiras classes dos serviços Intercidades e InterRegional.

Quanto vai poupar um utilizador da CP?

Segundo simulações efetuadas pelo Governo, e tendo como comparação o uso de carro próprio, as poupanças anuais podem atingir os 3.650 euros para, por exemplo, um residente em Santarém que se desloque diariamente para trabalhar em Lisboa (com gastos mensais de 352 euros por mês, viagem dividida por 2 pessoas).

No caso de um trabalhador residente em Aveiro a trabalhar no Porto dois dias por semana (com gastos de 13 euros, por deslocação), as poupanças com o passe ferroviário atingem os 924 euros por ano, permitindo pagar o passe em duas viagens. Um residente que se desloque uma vez por semana do Entroncamento a Castelo Branco, a poupança anual atinge os 1.540 euros (tendo em contas custos de 160 euros por mês).

Já um estudante de Faro a residir em Lisboa com quatro viagens por mês para visitar a família ao fim de semana vai poupar 1.210 euros por ano face a custos de 130 euros numa viagem de ida e volta (com custos partilhados entre quatro pessoas).

A CP vai ser compensada monetariamente pelo Governo?

Todos os anos a CP vai receber cerca de 19 milhões de euros do Estado no próximo ano, de forma a compensar perdas que terá na sua receita com a entrada em vigor deste passe. Só este ano, a CP vai receber um montante de cinco milhões de euros.