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Passes, energia renovável e eficiência. Os truques de Medina para combater as alterações climáticas

“Olhando para os dados, os últimos anos foram os mais quentes de que há registo”, afirmando que esta é uma das realidades mais visíveis no nosso país, que tem enfrentado secas extremas, incêndios e cheias. 
  • Cristina Bernardo
6 Dezembro 2019, 15h11

Na apresentação do primeiro Plano Metropolitano de Adaptação às Alterações Climáticas, Fernando Medina realizou um discurso perante os presentes e ainda falou aos jornalistas sobre o que esta meta de consciencialização representa para Lisboa e para a Área Metropolitana de Lisboa.

Esta é “uma mensagem de compromisso de quem tem a clara consciência clara do que vivemos”, esclareceu no início do discurso, sublinhando mais que uma vez que “as alterações climáticas são uma matéria clara do presente” e que estamos num período crítico porque já estamos a viver as consequências das alterações climáticas.

“Como governantes temos de ter uma visão muito clara”, sustentou na sua abordagem. “Olhando para os dados, os últimos anos foram os mais quentes de que há registo”, afirmando que esta é uma das realidades mais visíveis no nosso país, que tem enfrentado secas extremas, incêndios e cheias.

Relativamente às medidas mais urgentes na AML, que podem ser generalizadas para o território nacional, o presidente da autarquia lisboeta foca-se na utilização das energias renováveis, nomeadamente na solar devido ao tempo mediterrâneo da capital portuguesa, à aposta em mobilidade sustentável, com investimentos na Carris e em transportes públicos, além de uma aposta em eficiência energética com os edifícios.

Para o setor das energias renováveis, Fernando Medina declarou que estas são importantes para o planeta e para os portugueses, porque permite que a produção de energia renovável aumente, sendo a produção energética de combustíveis fósseis “o primeiro elemento da produção de emissões com impacto no aquecimento global”.

Também nos transportes se tem verificado investimentos. “Os resultados da introdução do passe único são muito animadores, estamos com mais 40% de venda de passes de utilização mensal desde que foram feiras as mudanças de tarifário”, assumiu o autarca, sustentando que esta percentagem representa um aumento de 200 mil pessoas a utilizar transportes públicos. Medina revelou ainda que o próximo investimento, apesar de ainda estar a ser discutido com o Governo, deverá ser em mobilidade sustentável.

Já na eficiência energética, Medina declarou que é necessário alterar a forma como os edifícios estão a consumir energia. Para poupar e reduzir a perda energética, o autarca destacou a instalação de painéis solares fotovoltaicos ligados à rede, que permitem produzir energia para o total da rede e abastecer a casa para quando é necessário. Algo que Fernando Medina chamou de “microprodução doméstica”.

Apesar de estarem planeados grandes investimentos e melhorias, o presidente do Conselho Metropolitano de Lisboa afirmou que “não estamos dispensados de participar na batalha”, porque embora tenhamos “capacidade para fazer a nossa parte, temos de fazer mais para compensar quem não faz a sua”. E tem sido esta vontade e força para melhorar que faz com que sejamos “procurados para integrar os grandes planos e parcerias” e de sermos cada vez mais reconhecidos, como é exemplo o galardão para sermos Capital Verde Europeia no próximo ano.

No fim da sua apresentação, Fernando Medina deixou a questão no ar “onde devemos colocar as nossas prioridades”. Ainda que assuma que esta é uma grande dificuldade, temos de esquecer os negacionistas do aquecimento global e sermos capazes de passar para lá do discurso de angústia marcado por Greta Thunberg, António Guterres e Al Gore. “Temos de ser precisos a comunicar a resposta fundamental dos agentes políticos e como cada cidadão da AML ou de Portugal pode contribuir para a causa e como podem agir”.

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