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Patrões afastam cenário de instabilidade na próxima legislatura, mas pedem mais ambição económica

Os patrões estão tranquilos quanto à estabilidade política do país, mas pedem mais ambição. “Não nos podemos satisfazer com a média europeia, temos de ser mais ambiciosos”, defendeu António Saraiva.
  • Cristina Bernardo
10 Outubro 2019, 10h46

Os patrões não antevêem cenários de instabilidade política no país na próxima legislatura. Depois de os parceiros sociais se terem reunido com o primeiro-ministro indigitado na manhã desta quinta-feira, 10 de outubro.

“Não antevemos maior instabilidade. O acordo anterior percebemos que era frágil. O Presidente Cavaco Silva nem o considerou um acordo. Considerar que havia um acordo era para mim excessivo”, começou por dizer o presidente da Confederação Industrial Portuguesa (CIP).

“Aquilo que esta legislatura vai ter é o que a anterior teve: acordos a cada Orçamento do Estado, vai ter que se gerar equilíbrios para que cada Orçamento e as iniciativas parlamentares tenham tranquilidade e possamos ter estabilidade politica. Estamos seguro que o país e os partidos responsáveis na Assembleia da República tem condições para a manter”, afirmou António Saraiva.

Questionado sobre o desempenho económico de Portugal, o patrão dos patrões defendeu que é preciso fazer mais. “Não nos podemos satisfazer na média europeia, temos de ser mais ambiciosos. Há países que crescem mais, é com esse temos de competir”, destacou.

Após a reunião com o primeiro-ministro indigitado, António Saraiva faz um balanço positivo do acordo realizado. “O secretário-geral do Partido Socialista e futuro primeiro-ministro quis ouvir os parceiros sociais e saímos daqui com as nossas propostas e fazemos um balanço positivo”.

António Saraiva mencionou ainda que não faz sentido falar-se em novas alterações à legislativa laboral. A legislação laboral que “temos é mais que suficiente para que o país desenvolva as suas atividades económicas com tranquilidade”, sustentou. “Recordo que os partidos que mais quiseram promover as alterações laborais tiveram perdas significativas na última eleição”, dando o exemplo do PCP e do Bloco de Esquerda.

“O país demonstrou nas eleições que partidos são aqueles que melhor respondem às necessidades da população portuguesa, da sua economia e das suas empresas”, sublinhou aos jornalistas.

O presidente da CIP foi ainda questionado sobre uma potencial subida do salário mínimo nacional, ao que respondeu que “sempre estivemos disponíveis para evoluir no salário mínimo”. No entanto, sustentou que “não podemos evoluir por decreto ou em condições que a economia não suporta”.

“O salário mínimo tem de continuar a progredir positivamente mas sempre com base em indicadores que sejam mensuráveis e que em contestação social possamos acordar”, disse. Estes indicadores baseiam-se então na produtividade, inflação e crescimento económico. António Saraiva sustentou então que “o salário mínimo será seguramente aumentado em bases razoáveis como foi na legislatura anterior”.

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