Até ao final deste ano, Portugal deverá receber mais de 21 milhões de turistas, de acordo com as estimativas do Governo. Numa altura em que os números do turismo excedem os de anos anteriores, a seguradora Zurich investiu num seguro destinado só a este negócio: o alojamento local (AL).
O seguro foi lançado numa altura estratégica?
Partiu de uma ideia nossa mas socorremo-nos aos experts na matéria em termos de criatividade e tem o input da associação de referência no setor. Recebemos mais de 800 propostas [até meados de setembro] e estrámos em negociações. Tivemos sete/oito meses a desenvolver esta solução integrada, que inclui multirriscos e responsabilidade civil. A César o que é de César. As questões envoltas em polémica são para nós importantes, tendo em conta o envolvimento no mercado, mas são-nos laterais e não nos preocupam sobremaneira.
O facto de não ser obrigatório por lei não vos dissuadiu?
O seguro não é obrigatório mas é obrigatória a proteção. Para a sustentabilidade e viabilidade do negócio, há riscos que têm de ser obrigatoriamente seguros, mesmo que a lei não imponha. Tão forte quanto a lei é a importância de continuar o negócio. Fala-se que pode ser uma eventualidade. Provavelmente sim. Vamos ficar à espera. Já começou assim noutras situações. A responsabilidade civil ainda não é uma apólice obrigatória, mas convenhamos que correr por conta própria os danos provocados a terceiros não é bom.
Os últimos sismos e incêndios tiveram impacto na decisão?
Quando acontecem estas coisas as pessoas despertam mais atenção para a proteção. É a nossa forma de demonstrar ao mercado que temos soluções de mercado adequadas a fenómenos extremos, que devem também fazer parte do perímetro de preocupação de quem tem uma atividade destas.
Prevê mais oferta no futuro?
É natural que, mais tarde ou mais cedo, apareçam soluções com o mesmo nível de diferenciação. Vamos beneficiar da experiência já adquirida quando a concorrência aparecer. O nosso posicionamento estratégico já nos deve dar condições para reagir. Fizemos um esforço de desenvolvimento muito grande. Entre pensar e proceder, foram cerca de sete ou oito meses. É complexo, desde a geração dos primeiros inputs em termos de necessidade, à fixação das coberturas e dos regimes de franquia.
Que valor máximo pode cobrir?
Estamos a falar na possibilidade de chegar com alguma facilidade a 250 mil euros para responsabilidade civil, de forma de subscrição direta, na minha primeira linha de contratação com agentes e mediadores. Há capitais superiores condicionados a reserva que têm de ser analisados de per si. A nossa solução tem 46 coberturas na base, aquelas que são automaticamente contratadas com subscrição do seguro multirriscos e depois temos mais 12 coberturas complementares.
Como funcionam as franquias e os prémios?
Temos um regime de franquias flexível. Sabemos que há uma relação entre o nível da franquia e o custo do prémio e damos condições ao cliente para o ajustar em função das suas necessidades financeiras para comprar o seguro. É um prémio que se calcula em função dos capitais e tem umas taxas associadas, tendo em conta o negócio. Normalmente, um seguro de assistência e subscrito em bloco. É difícil dizer um valor.
Muitos turistas podem ser um risco?
Os turistas não são maus para as seguradoras. Quando se fala em turistas fala-se em riscos, e por isso é que existem os seguros. Quando chega a um país completamente desenraizado, sem conhecer o nosso sistema de segurança policial e médica e sente sempre instabilidade. Passando pela cobertura de assistência temos condições de mitigar os receios adicionais por parte do turista. Há uma transferência de responsabilidade para a companhia. Queremos estar associados à imagem positiva que levam de Portugal.
Em que zonas do país vão apostar?
Claramente Lisboa e Porto são as cidades mais ativas em termos de atividade, de apresentação de propostas e de dinamização mas é evidente que esperamos muito do Algarve, porque tem cerca de 45% do mercado do AL. Temos uma expectativa muito grande quanto à nossa capacidade comercial lá instalada.
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