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Paulo Cafôfo não fecha a porta a apoio a movimentos independentes nas autárquicas de 2021

O presidente dos socialistas madeirenses ainda fala sobre o papel do antigo líder do PS-Madeira, Emanuel Câmara, no partido.
26 Agosto 2020, 07h45

Depois de admitir, em entrevista ao Económico Madeira, logo após a sua eleição para líder do PS a nível regional, que a estratégia para as eleições autárquicas de 2021 no concelho do Funchal vai passar pela existência de uma coligação pré-eleitoral, Paulo Cafôfo não fechou a porta a que noutros concelhos os socialistas optem por apoiar movimentos independentes.

Nos outros concelhos a ideia é o PS ir sozinho a eleições, ou também pode existir este modelo de coligação pré-eleitoral, como no caso do Funchal?

Nós iremos com certeza apresentar candidaturas próprias. A minha estratégia, que foi consagrada agora nas eleições, prevê no caso do Funchal a existência de acordos pré-eleitorais, mas também, nós abrimos a possibilidade de haver apoio a movimentos independentes se acharmos que é uma vantagem para as populações, e só nesse caso. Nós não vamos obviamente assinar cheques em branco. Se existir essa possibilidade, é algo que nós equacionamos, mas isso depende das vontades, em primeiro lugar, da negociação e do projeto político. Quando digo que não assinamos cheques em branco é porque temos as nossas ideias, e obviamente a haver uma situação dessas teriam de ser integradas ideias que nós pretendemos para os concelhos onde isso pudesse vir a acontecer.

No caso de Machico e da Ponta do Sol candidataram-se na altura sozinhos, acredito que a estratégia passe pelo mesmo modelo.

Sim, passa pelo mesmo modelo.

Qual vai ser o papel de Emanuel Câmara agora no partido?

O Emanuel Câmara foi presidente durante dois anos, abracei um desafio com ele, apesar de eu só agora ser presidente do partido, a verdade é que tive um papel também importante, porque o Emanuel apresentou-se não como candidato a Presidente do Governo, mas com a minha pessoa a liderar esse projeto, acabou esse ciclo eleitoral e o ciclo também do partido. O Emanuel tem sido um excelente presidente do Porto Moniz, estou certo de que com as políticas que ele tem realizado irá ter novamente uma vitória expressiva no Porto Moniz, é um combatente, um resiliente e portanto terá com certeza um contributo a dar no partido e eu conto com o Emanuel para, nesta fase, poder, com a sua experiência, ser uma mais-valia para o partido.

Já admitiu que está disponível para endereçar um convite tanto a Carlos Jardim e a Carlos Pereira para eventualmente assumirem cargos diretivos no partido. Pondera fazer esse tipo de convite também a Emanuel Câmara?

Neste momento eu não estou preocupado com convites seja lá a quem for, neste momento a prioridade é preparar o Congresso e portanto seja a questão de convites, ou mesmo o próprio secretariado do partido, Secretário-Geral, o próprio presidente da Comissão Regional, isso é matéria para a frente. A minha preocupação é, nesta fase que medeia a eleição e o Congresso, e o tempo passa rápido, o Congresso, que é logo a meados de setembro. O objetivo agora é termos um grande congresso, uma grande mobilização, com grandes intervenções, preparando, como disse, já as autárquicas e o sentir o partido, os militantes têm de sentir o partido e portanto eu quero que este Congresso seja um Congresso muito ativo, um Congresso que possa internamente mobilizar, mas também demonstrar para fora que os madeirenses e os porto-santenses podem contar com o Partido Socialista.

Com esta mudança de liderança no PS, poderá existir uma postura diferente daquilo que é a postura do PS no Parlamento?

Nós temos, e digo isto sem falsas modéstias, o melhor grupo parlamentar, não só na diversidade de pessoas que o compõem, com competências em áreas que são essenciais para o futuro da Região, isso vê-se porque o PS em termos de produção legislativa é o partido que tem apresentado mais propostas, em termos de intervenções temos tido intervenções também de uma grande acutilância, mas também de grande qualidade, e portanto a equipa que ganha não se mexe. Eu considero que o Miguel Iglésias tem sido um excelente líder do Grupo parlamentar na coordenação dos trabalhos e na ação política e esse é, na verdade, um capital político que nós temos, que é o nosso grupo parlamentar, uma frente de batalha para o partido, e portanto as coisas têm funcionado bem, pelo que aí não haverá qualquer alteração, continuando com o nosso trabalho e as nossas ideias assentes no Programa de Governo que nós apresentamos em 2019.

Houve algum acordo com Carlos jardim antes das eleições?

Nenhum acordo, não houve qualquer tipo de acordo, nada de pré-eleitoral, não tive sequer qualquer conversa com o Carlos Jardim.

Leia aqui a entrevista na íntegra a Paulo Cafôfo que saiu na edição impressa de agosto do Económico Madeira.

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