[weglot_switcher]

Paulo Macedo admite que a CGD não pode comprar a totalidade do Novobanco mas não descarta crescer na banca de empresas

O presidente executivo da CGD, sublinhou que o que sempre disse é que “a Caixa gostaria de crescer na área das empresas e das PME, não é tanto em áreas onde já temos quota de mercado muito alta”. Já questionado sobre a quota de mercado do banco resultante da fusão (CGD/Novobanco) de 40% ao nível dos depósitos, Paulo Macedo disse “que isso nem seria possível de acordo com as regras da Concorrência”.
20 Maio 2025, 23h49

“Continuamos atentos à possibilidade de aquisição de algo que crie complementaridade à Caixa, de algo que crie sinergias e de algo que possamos aplicar o dinheiro dos contribuintes de forma válida, positiva, rentável e sustentável”, disse hoje o CEO da Caixa Geral de Depósitos à CNN Portugal – a propósito do Investor Relations and Governance Awards 2025, onde foi nomeado melhor CEO – quando questionado sobre se mantém o interesse, já admitido, em comprar o Novobanco.

Questionado sobre se a CGD pondera avançar para a compra do Novobanco para evitar que seja vendido ao CaixaBank, o CEO da Caixa começou por recusar comentar. “Não vou comentar se a Caixa avança ou não, aliás porque precisamos de mais informação e obviamente que, qualquer movimento que a Caixa faça será em sintonia com o seu acionista”, disse Paulo Macedo.

O presidente executivo da CGD, sublinhou que o que sempre disse é que “a Caixa gostaria de crescer na área das empresas e das PME, não é tanto em áreas onde já temos quota de mercado muito alta”. Já questionado sobre a quota de mercado do banco resultante da fusão (CGD/Novobanco) de 40% ao nível dos depósitos, Paulo Macedo disse “que isso nem seria possível de acordo com as regras da Concorrência”.

O CEO da CGD admite assim que, por questões de Concorrência, não poderá comprar a totalidade do Novobanco, mas não descarta aquisições na parte da banca empresas.

Por outro lado admite que no mercado português ainda há espaço para fusões bancárias.

O CEO da CGD, que apresenta resultados do primeiro trimestre esta quinta-feira, referiu também que ainda vai haver descida de taxas de juro este ano, sendo que este é, pelo menos, o cenário com que trabalha atualmente a Caixa. “O cenário apontado no final do ano é para entre 1,75% a 2%”, mas o banqueiro acredita que a taxa de juro fique no intervalo superior por causa de haver mais pressão para inflação por causa das tarifas. “Por outro lado há algum efeito na inflação por causa da maior pressão para a despesa pública de todos os países”, referiu.

As vias de crescimento em contexto de descida da receita dos juros, segundo o banqueiro, passam pelo crescimento dos volumes de crédito, quer nas empresas e nos institucionais, quer no crédito a particulares ao consumo e à habitação. A CGD está a fazer 450 milhões de euros por mês em crédito à habitação, revelou presidente do banco.

Paulo Macedo ainda disse que espera ter “lucros significativos este ano e portanto vai poder continuar a dar dividendos significativos ao Estado”.

Sobre a atualidade política, o presidente da Caixa Geral de Depósitos acredita que existe uma possibilidade de entendimento entre a AD e os principais partidos da oposição, Partido Socialista e Chega, em várias áreas da governação.

Paulo Macedo pede estabilidade política para que seja desenvolvido um programa de governação com objetivos concretos a médio e longo prazo. “Seria bom a estabilidade política para poder desenvolver um programa de médio – longo prazo com objetivos concretos”, disse.

“Parece-me que há uma possibilidade real de haver consensos com o Chega em algumas áreas”, defendeu o banqueiro.

“É preciso dar previsibilidade aos empresários e às pessoas em geral e é preciso dar confiança às instituições”, defendeu o CEO da CGD.

 

 

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.